Copel reforça capacidade de abastecimento da Região Metropolitana

O anel elétrico formado pelas linhas de transmissão e subestações que atendem Curitiba e Região Metropolitana vai ter sua capacidade de operação sensivelmente reforçada com uma série de obras que a Copel já está realizando, com investimentos totais que passam de R$ 115 milhões.

Nos próximos meses, duas novas subestações ? uma na Capital, no bairro Novo Mundo, e outra na região norte de Araucária ? começam a funcionar, ampliando a disponibilidade de energia para o consumo e melhorando a qualidade dos serviços elétricos. Em 2006, vai ser inaugurada uma nova subestação em Piraquara e, em 2007, mais três unidades, todas em Curitiba, nos bairros Santa Felicidade, Campina do Siqueira e Xaxim.

Estrangulamento

Essas obras representam investimento de R$ 66,5 milhões, incluindo os custos para a construção das subestações e também das linhas de transmissão que irão conectá-las ao sistema elétrico já existente. Os recursos estão previstos no orçamento da Copel, que só neste ano destina R$ 260 milhões para projetos na área de transmissão de energia. "Certamente esse é o setor mais carente de investimentos no momento", informa Rubens Ghilardi, presidente da estatal. "Existem pontos de estrangulamento, onde o sistema opera muito perto do limite, com flexibilidade reduzida para eventuais manobras de emergência, o que o torna vulnerável a problemas como os apagões que recentemente aconteceram em outros Estados brasileiros".

Segundo o presidente, a urgência com que precisam ser feitas essas obras é decorrência da política de postergar investimentos ordenada durante a preparação da Copel para a privatização. "Deixaram de lado até mesmo os gastos para manutenção das instalações para engordar o lucro da empresa e o sistema se deteriorou", disse. "A Copel que o governador Roberto Requião encontrou ao assumir em 2003 estava asfixiada pelos contratos absurdos de compra de energia, com seu quadro de empregados esvaziado e o sistema elétrico em frangalhos", descreve. "Estamos trabalhando para resgatar os níveis de qualidade perdidos com o tempo". Em 2004, o foco da Copel foi recuperar os sistemas de distribuição de energia e melhorar as estruturas de atendimento ao consumidor.

Fôlego extra

Enquanto as novas subestações não ficam prontas e para garantir que o atendimento aos consumidores seja mantido em bons níveis de confiabilidade, a Copel está concluindo a ampliação da capacidade de transporte de energia em 11 linhas do seu anel elétrico. Ao todo, 108 km de circuitos que interligam importantes subestações na Capital e cidades vizinhas estão obtendo fôlego adicional de até 65% na capacidade de transporte de energia. O ganho se dá com o retensionamento dos cabos e, em alguns casos, com a elevação da distância em relação ao solo, permitindo que a temperatura de operação dos condutores suba de 55 para 90 graus. A capacidade de carregamento de uma linha é determinada pela temperatura de operação atingida pelos cabos.

Em alguns trechos considerados críticos, os condutores convencionais foram substituídos por outros de características especiais, os cabos termorresistentes, que permitem dobrar a carga transportada. O investimento na recapacitação está sendo de R$ 3 milhões.

Novas obras

Do pacote de seis novas subestações ? todas na classe de tensão de 69 mil volts ? em construção ou planejadas para Curitiba e região próxima, a primeira a entrar em operação será a de Tomaz Coelho, localizada ao norte de Araucária, que começa a funcionar em julho. Oito mil unidades consumidoras, em sua maioria indústrias e estabelecimentos comerciais, serão beneficiadas pela nova unidade que vai assumir parte das cargas hoje atendidas pelas subestações Araucária e Cidade Industrial. Além de aliviar a operação dessas instalações, a subestação Tomaz Coelho aumentará a confiabilidade dos serviços permitindo o remanejamento de cargas em situações de contingência na região. A Copel está investindo R$ 8,5 milhões nessa obra.

Em setembro, entra em funcionamento a subestação Novo Mundo, que vai melhorar as condições de atendimento a 37 mil unidades consumidoras nos bairros do Novo Mundo e Capão Raso e, ainda, parte do Pinheirinho, Portão, Fany e Xaxim. A nova unidade, onde a Copel estima investir R$ 10 milhões, assumirá cargas hoje atendidas por um conjunto de cinco subestações que irão ganhar uma apreciável folga operacional: Santa Quitéria, Parolin, Pinheirinho, Barigüi e Cidade Industrial. A subestação Novo Mundo vai ser do tipo abrigada, dentro do padrão arquitetônico e operacional da Copel para suas unidades de transmissão urbanas. Assim, todos os equipamentos como transformadores, isoladores e chaves irão operar encerrados num edifício perfeitamente harmonizado com o ambiente.

Das outras quatro subestações projetadas, a de Piraquara, com previsão de energização em abril do próximo ano e investimentos estimados em R$ 8 milhões, já foi licitada e terá suas obras iniciadas nas próximas semanas. As unidades de Santa Felicidade, Campina do Siqueira e Xaxim, que no conjunto demandarão recursos de R$ 40 milhões, estão em fase final de projeto e têm previsão de funcionamento a partir de setembro de 2007.

Essenciais

Também com o objetivo de reforçar as condições de operação do Anel Elétrico da Região Metropolitana de Curitiba, a Copel dá prosseguimento a duas outras grandes obras que são essenciais para garantir o atendimento e sustentar o crescimento do consumo para toda a região: a ampliação da capacidade de transformação da subestação Bateias e a construção da nova subestação Santa Mônica, nas imediações de Campina Grande do Sul. Esses projetos significam investimentos da ordem de R$ 47 milhões.

Em Bateias, na área rural de Campo Largo, a Copel está finalizando os trabalhos para a duplicação da potência de transformação da maior das 125 subestações que formam seu sistema de transmissão: a partir do mês de junho, a unidade passa a operar com potência de 1.200 MVA (megavolts-ampères), recebendo e processando energia na tensão de 525 mil volts. A instalação é vital para o atendimento ao principal pólo consumidor do Paraná e para a confiabilidade das linhas de interligações com Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A ampliação de Bateias demanda investimentos de R$ 27 milhões.

Já as obras da subestação Santa Mônica, localizada na BR-116 a 5 km de Curitiba, no sentido São Paulo, estarão concluídas em abril de 2006. No momento, estão em curso os trabalhos de terraplenagem. A unidade, com 300 MVA de potência, vai ampliar e melhorar as condições de atendimento às cidades de Colombo, Rio Branco do Sul, Almirante Tamandaré, Pinhais, Quatro Barras e Piraquara, com investimentos de R$ 20 milhões. 

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