A Companhia Paranaense de Energia (Copel) fechou na última terça-feira (24) um acordo com os índios caingangues para pagar R$ 14 milhões como indenização pelo uso dos recursos naturais da reserva de Apucaraninha, em Tamarana, a cerca de 330 quilômetros de Curitiba, no norte do Paraná. O pagamento põe fim à tensão que reinava entre os índios e os funcionários da Pequena Central Hidrelétrica, que fica dentro da reserva.
Na semana passada, três funcionários foram mantidos como reféns e impedidos de deixar o local por dois dias. Houve ameaça de incêndio à usina. Depois, os índios acamparam em frente às instalações. Pelo acordo, 20% serão pagos ainda este ano e o restante, até 2011. O dinheiro vai para um fundo gerido pelos índios, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Copel. Os valores serão utilizados em projetos sócio-ambientais e de auto-sustentabilidade.
A reunião entre índios e Copel, mediada pelo procurador da República João Akira Omoto, teve alguns momentos de tensão e três interrupções para discutir as propostas. O primeiro oferecimento da Copel foi de R$ 9 milhões, enquanto os índios pediam R$ 15 milhões.