Os moradores de Porto Vitória, município do sul do Estado, com 4 mil habitantes e situado na margem esquerda do Rio Iguaçu, passaram durante todo o dia 16 de outubro imaginando o futuro ideal da sua comunidade, e planejando como transformar os sonhos em realidade. O exercício foi o embrião de um programa de desenvolvimento sustentável e de longo prazo que a própria população se encarregará de definir, cuja concretização irá depender do interesse, poder de mobilização e capacidade realizadora da coletividade.
Esse é o espírito do programa Tributo ao Iguaçu, uma iniciativa idealizada pela Copel, que se encontra em fase final de formatação, para ser lançado brevemente pelo governador Roberto Requião. A idéia, que será pioneiramente testada na reunião em Porto Vitória, é mobilizar e incentivar todos os 109 municípios formadores da Bacia do Iguaçu para que projetem sua visão ideal de futuro, de acordo com as potencialidades, peculiaridades e as vocações de cada comunidade. “Nosso papel é apenas o de dar início ao processo e tentar atrair a participação de empresas e instituições que estejam, tanto quanto a Copel, comprometidas com os princípios da sustentabilidade”, relatou o presidente da estatal, Paulo Pimentel.
Retribuição
O Tributo ao Iguaçu foi a forma escolhida pela empresa para marcar a passagem de seus 50 anos de criação, completados hoje. Concebido por técnicos das áreas de meio ambiente e de responsabilidade social da Companhia, com o apoio da Associação Arayara, organização não governamental da qual participam voluntariamente muitos copelianos, o programa pretende ser uma retribuição da empresa ao Rio Iguaçu, a sua principal fonte de energia.
“Enxergando a Copel como um ser humano, o Iguaçu seria a um só tempo sua coluna vertebral e seu coração”, comparou Pimentel. “A envergadura e a importância alcançadas pelo Paraná no setor elétrico nacional se devem sobretudo às usinas construídas pela Copel no Rio Iguaçu, origem da energia que move a economia do Estado e que melhora as condições de vida da sua gente”, observou o presidente.
Método
A oficina que vai reunir, no sábado, em Porto Vitória, os interessados em ajudar a formular o sonho ideal daquela comunidade, foi precedido de encontros com lideranças locais, com o objetivo de identificar pontos de convergência que facilitem a articulação de uma visão de futuro. Dessas reuniões preliminares resultou, por exemplo, que uma das vocações de Porto Vitória a serem exploradas é o turismo ecológico. “Se a população achar que esse é um bom caminho a seguir, ela mesma irá fazer os planos, decidir projetos, fixar metas e estabelecer prazos”, explica o coordenador geral do projeto Tributo ao Iguaçu, Frederico Reichmann Neto, gerente da Coordenação Institucional de Meio Ambiente da Copel. “A empresa não vai interferir, pois o propósito é incentivar as comunidades.”
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