Copel ganha Prêmio Ecologia por tratamento de resíduos poluentes

O trabalho desenvolvido pela Copel na área de meio ambiente garantiu à empresa o 10.º Prêmio Expressão de Ecologia, outorgado pela revista Expressão. A premiação é considerada a mais importante da região Sul para programas e projetos voltados à preservação ambiental, na categoria Controle da Poluição ? Energia.

A empresa foi destacada pelo trabalho “Regeneração de óleo isolante com terra fuller reciclada”, desenvolvido pela equipe de manutenção eletromecânica da superintendência regional de distribuição Oeste, que tem sede em Cascavel.

O gerente da unidade, Vlademir Santo Daleffe, representou a direção da Companhia na cerimônia de entrega dos prêmios na sexta-feira (29), em Florianópolis. Ao todo, 28 trabalhos, entre mais de 150 inscritos, foram contemplados com o troféu “Onda Verde”. Além da Copel, nove outras empresas e instituições com atuação no Paraná receberam a homenagem.

O processo descoberto está sendo patenteado pelos dois técnicos em nome da Copel Distribuição. Essa demonstração de seriedade e respeito ao meio ambiente facilitou a concessão da licença de operação da unidade de regeneração de óleo da Superintendência Regional de Distribuição Oeste da Copel, a primeira do gênero expedida pelo Instituto Ambiental do Paraná para uma área da concessionária.
Terra importada ? O projeto que deu o prêmio à Copel nasceu do senso de observação e criatividade dos eletrotécnicos Pedro Roberto Carpenedo e Silas Batista Gomes Júnior. O trabalho garantiu à Companhia uma solução ambientalmente correta – e vantajosa do ponto de vista econômico – ao tratamento de um resíduo industrial impregnado de óleo altamente poluente, a “terra fuller”.

Esse material é uma terra com características físico-químicas especiais, importada dos Estados Unidos a R$ 3,20 o quilo e empregada para reter as impurezas do óleo mineral isolante de transformadores e outros equipamentos. Depois de usada, essa terra contaminada ficava acondicionada em tambores no pátio da superintendência da Copel em Cascavel, até ser descartada no aterro sanitário municipal.

Num dia de chuva, casualmente, o técnico Pedro Roberto Carpenedo olhou dentro de um dos tambores e notou que na presença de água o óleo se soltava naturalmente da terra fuller, confirmando a velha lei da natureza de que água e óleo não se misturam. “Como a densidade da água é maior, a tendência é o óleo se concentrar na superfície”, explica Silas Batista Gomes Júnior, co-autor do projeto.

A própria equipe desenvolveu tanques e compartimentos especiais de separação, que permitem a reciclagem da terra de forma automatizada. Basta colocar em torno de 600 quilos de terra contaminada, juntamente com 1.200 litros de água para se efetuar a reciclagem. A água é aquecida por um resistor para acelerar o processo e uma bomba de sucção é acionada para retirar o óleo da superfície.

Reaproveitamento

Além do ganho ambiental inicialmente pretendido, a reciclagem ficou tão bem feita que a terra está sendo reutilizada como se fosse nova, com um grau de pureza da ordem de 92% em relação ao material importado. “Descobrimos que a mesma terra pode ser utilizada inúmeras vezes em nossa unidade de regeneração de óleo mineral isolante. Como empregamos de quatro a cinco toneladas por ano, não precisamos praticamente fazer novas importações”, garante Silas.

De resíduo mesmo só restou o óleo extraído, que é coletado a cada 15 dias por empresas de reprocessamento autorizadas pelo Conselho Nacional do Petróleo. Ainda que esse lixo fosse depositado de forma adequada em aterros da prefeitura, a possibilidade de um acidente ecológico não poderia ser totalmente descartada. Segundo os ambientalistas, apenas um litro de óleo seria suficiente para contaminar um milhão de litros de água.

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