A Copel é a primeira empresa elétrica brasileira a atingir o índice de 100% de automação nas subestações do sistema de transmissão (as que operam em tensão superior a 69 mil Volts), empregando para isso sistemas informatizados que ela própria desenvolveu.

Trabalhando há mais de dez anos no projeto, a empresa está concluindo o aparelhamento para operação à distância da subestação Jardim Tropical, localizada em Sarandi, na região de Maringá. Os primeiros testes de automação foram feitos em 1989, na subestação do bairro Parolin, em Curitiba.

Com esta última, todas as 125 subestações do sistema de transmissão de energia da Copel no Paraná passam a ser controladas, supervisionadas e comandadas a partir dos centros regionais de operação (sete, ao todo), que por sua vez atuam sob a coordenação do Centro de Operação do Sistema, localizado em Curitiba.

“Isso confirma a vocação de pioneirismo da Copel, empresa que sempre ocupou posição de vanguarda dentro do setor elétrico e, principalmente, mostra o talento e a capacidade de seus técnicos”, comentou o presidente da companhia, Paulo Pimentel. “A tradução disso é um enorme ganho de eficiência na operação do nosso sistema de transmissão, que se reflete na qualidade do serviço prestado aos consumidores”, disse o presidente.

Ilha de luz

Ao noticiar o fato aos integrantes do Conselho de Administração da Copel, numa reunião realizada há poucos dias, Pimentel lembrou que não foi por acaso que o Paraná quase não sentiu os efeitos dos dois últimos grandes blecautes registrados no país, em 11 de março de 1999 e em 21 de janeiro de 2002. “Enquanto estados inteiros ficaram por horas aguardando a volta da energia, o Paraná resplandecia como uma ilha de luz em meio à escuridão, graças ao preparo do pessoal da Copel e, também, à eficiente tecnologia que ela desenvolveu que aliás já está sendo cobiçada dentro do setor elétrico”, revelou.

Entre os interessados está a Cemig, concessionária estatal de energia de Minas Gerais, que há algumas semanas enviou técnicos a Curitiba com a missão de conhecer de perto o sistema criado pela Copel. O ONS, o Operador Nacional do Sistema, organismo encarregado de coordenar e supervisionar o funcionamento do sistema elétrico interligado nacional, também tem demonstrado interesse em conhecer mais profundamente a tecnologia da Copel.

“Dedo-duro”

A tecnologia de automação implantada pela Copel permite oferecer um subproduto que enumera cronologicamente todos os acontecimentos na operação do sistema elétrico. Nos blecautes a que se referiu o presidente da Copel, por exemplo, uma das maiores dificuldades do ONS foi determinar com exatidão em que ponto do sistema aconteceu a pane ou a disfunção na rede eletro-energética. Com esse “seqüenciador de eventos” instalado nas principais subestações do sistema, será possível levantar e diagnosticar com precisão a situação, identificando a causa e os efeitos do problema.

A intenção do ONS é instalar estrategicamente os dispositivos, integrando as principais usinas, linhas de transmissão e subestações que compõem o sistema elétrico interligado: qualquer pane seria facilmente reconstituída pelo organismo até identificar o ponto em que ela teve início. Assim, o ONS teria condição de oferecer à sociedade, com rapidez e segurança, informações sobre a origem e a forma de propagação dos distúrbios.

Por ter atingido avançado estágio na área de automação e também por ter desenvolvido a tecnologia que vai ser usada pelos seqüenciadores de eventos, a Copel acabou sendo a opção natural do ONS para iniciar a pretendida rede. A subestação Ponta Grossa Norte vai ser a primeira unidade da rede básica do sistema interligado brasileiro a receber o dispositivo cujo funcionamento tem muito da tecnologia da própria Copel.

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