Copa Davis: Brasil vence Uruguai e avança

Preterido na primeira rodada, ao ser substituído por Flávio Saretta, Ricardo Mello transformou-se no salvador da pátria e marcou o ponto da vitória do Brasil sobre o Uruguai. Ele derrotou Marcel Felder por 6/7 (5/7), 6/1, 6/3 e 6/2 num jogo tenso, disputado sob forte pressão da torcida neste domingo, no Carrasco Lawn Tennis, em Montevidéu.

Com o terceiro ponto marcado por Ricardo Mello, o tênis brasileiro cumpre seu papel e assegura a ascensão para o Grupo I da Zona Americana, a segunda divisão da Copa Davis.

Na semana que vem, a Federação Internacional de Tênis vai sortear as chaves para a próxima temporada e definir os países que serão cabeças-de-chave em cada grupo. A lista de adversários em 2006 inclui México, Peru, Venezuela e Equador, além de, possivelmente, o Canadá, que joga o playoff do Grupo Mundial.

"Esta foi a primeira vez que fiz um jogo com tanta pressão da torcida", disse Ricardo Mello. "Foi uma grande vitória, bastante difícil, que vai me ajudar a ganhar muito mais confiança no saibro."

O jogo foi muito tenso, especialmente no primeiro set. O tenista uruguaio soube usar toda a força da torcida para intimidar o brasileiro. Com longas trocas de bola, Felder conseguiu marcar pontos importantes, enquanto Mello sofria para encontrar seu melhor jogo. Só depois de perder o tie-break do primeiro set Mello passou a jogar taticamente, variando os golpes e usando todos os recursos de uma quadra de saibro para se impôr e festejar um belo resultado.

"Vou sair de Montevidéu com muitas lições aprendidas", disse Mello, que, apesar de ser o número 1 do Brasil, não foi escolhido pelo capitão da equipe, Fernando Meligeni, para ser titular ? Meligeni deu preferência a Saretta.

Para o capitão Fernando Meligeni a atitude de Mello em aceitar a reserva e depois voltar à condição de titular para jogar com muita garra e vontade, comprovou que o atual grupo da Copa Davis é uma verdadeira equipe, com todos unidos em torno de um só propósito.

"O Ricardo esteve taticamente perfeito e se superou em quadra. Foi também muito forte mentalmente para não se intimidar com a pressão da torcida", declarou Meligeni. "Temos um verdadeiro time. Afinal, todos estão prontos para jogar a qualquer momento, como fez o Guga ao participar da partida de duplas."

"Tanto o Mello quanto o Saretta estiveram bem tranqüilos com as alterações, pois cada partida casa com o estilo de um jogador. Todos estão numa boa", revelou Meligeni.

A comprovação desse clima veio com a atitude de Flávio Saretta. No banco da equipe brasileira ao lado da quadra, não parou de incentivar Mello, com gritos de apoio e aplausos.

Guga

Com o confronto já decidido a favor do Brasil, Gustavo Kuerten entrou na quadra apenas para cumprir tabela diante de Pablo Cuevas, de 19 anos, a revelação uruguaia que derrotou Saretta no primeiro dia de disputa, e não decepcionar a torcida ? é ídolo em Montevidéu.

Mas Guga não foi longe. Depois de perder o primeiro set por 6/7 (5/7), chamou atendimento médico na quadra e acabou abandonando a partida com entorse no tornozelo direito.

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