Coordenador tucano nega possibilidade de renegociar dívidas

O coordenador da campanha de José Serra (PSDB) à Presidência, Luiz Paulo Velloso Lucas, disse hoje que, num eventual governo tucano, não será possível fazer a renegociação da dívida dos Estados com a União. ?Quem está prometendo isso está prometendo a mercadoria que não pode entregar, e se entregar quebra o País?, enfatizou Lucas, que é economista. A declaração, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo, contraria a posição de Serra. O candidato havia dito ontem, ao jornal Estado de Minas, que aceitará discutir a renegociação da dívida dos Estados.

Na entrevista, a pergunta que gerou a declaração de Lucas lembrou essa disposição de Serra. O economista, em resposta, disse que a Lei de Responsabilidade Fiscal é o ?ponto central? para evitar a volta da inflação. Antes de declarar que não haverá negociação da dívida, apenas admitiu, sem citar exemplos, que alguma revisão em dívidas poderá se feita. ?Mas desde que o equilíbrio fiscal seja mantido, porque isso é fundamental para manter a inflação sob controle.?

Ontem, Serra havia dito que sua disposição, caso vença a disputa é de verificar se poderá chegar ?a uma melhor solução para Minas e o Brasil?. Segundo ele, ?nenhuma medida será tomada isoladamente? para nenhum Estado. O governador eleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), em sua campanha, deixou claro que quer convocar outros Estados para renegociar o porcentual de comprometimento das receitas estaduais com o pagamento das dívidas.

Lucas também reafirmou que, em caso de vitória, Serra pretende manter o presidente do Banco Central, Armínio Fraga. ?Nosso futuro presidente, José Serra, vai montar uma equipe que certamente vai ter alguma inspiração na equipe do presidente Fernando Henrique.? Segundo Lucas, o grupo será afinado com as novas prioridades do País, o programa de governo e o estilo de trabalho de Serra.

Ele classificou o governo FHC como um ?sucesso? e considerou ?falso? o diagnóstico da oposição de que o legado do presidente é um ?fracasso?. Acrescentou que, num eventual governo Serra, o que muda ?é a agenda do Brasil?. Isso significa, explicou, ?crescer mais, gerar empregos, continuar a modernização da estrutura produtiva e da máquina pública brasileira?.

Recursos – Aécio Neves disse hoje que está confiante de que haverá recursos para que o governador Itamar Franco (sem partido) garanta o pagamento do 13.º salário aos funcionários públicos estaduais. O dinheiro para a remuneração depende do ressarcimento, por parte do governo federal, do investimento feito pelo Estado, de R$ 1,9 bilhão, para a recuperação de rodovias federais. Neves disse que se reunirá com Itamar na terça-feira (29), em Belo Horizonte, para discutir essa questão.

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