O governador Roberto Requião participou, nesta sexta-feira (13), da abertura do 1.º Seminário Cooperar. O evento patrocinado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) reúne representantes de cooperativas agrícolas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Nossas medidas só tiveram sucesso porque tivemos base firme na economia impulsionada pela força e garra das cooperativas”, afirmou o governador, ao explicar ações que levaram o Paraná a ocupar o segundo lugar no ranking nacional das exportações.
O governador destacou o papel do agronegócio na economia do Estado e o sucesso das medidas de redução da carga tributária para micro e pequenas empresas, além de outras ações que contribuíram com a criação de 250 mil novos postos de trabalhos. Requião aproveitou o tema do encontro ? “As Cooperativas e os Desafios da Globalização” ? para criticar a tese da dependência do capital externo e reforçar a posição contra o plantio e transporte de alimentos geneticamente modificados. “Se tivéssemos agido de forma diferente, teríamos pagado cerca de US$ 60 milhões em royalties na última safra e o dobro deste valor atualmente”, ressaltou.
“Não podemos ficar amarrados ao capital internacional que dita as regras universais de desenvolvimento. O Paraná está fazendo a sua parte ao traçar as políticas de desenvolvimento por meio do BRDE, que tem a missão de reforçar prioritariamente o fomento e o incentivo por meio de créditos ao pequeno produtor”, completou o governador.
O secretário da Indústria e Comércio, Luiz Mussi, acrescentou que “o processo de industrialização da matéria-prima que as cooperativas estão executando gera maior valor agregado aos produtos exportados pelo Estado. Com isso conquistamos mais emprego e renda”.
Histórico
A ligação entre o BRDE e o cooperativismo são antigos no Estado. O banco possui um vínculo histórico com o setor desde sua fundação, em 1961, período que coincidiu com o surgimento e a consolidação das cooperativas agrícolas nos estados da região Sul. “A evolução da associação agrícola está relacionada com o desenvolvimento do banco, que teve participação importante na mudança de perfil das cooperativas, quando elas passaram a industrializar sua produção”, explicou o diretor presidente do BRDE, Lélio Souza.
Alguns anos mais tarde, os financiamentos do BRDE ajudaram a consolidação das cooperativas, cujo fortalecimento, no Paraná, está relacionado com a expansão da cultura da soja no início dos anos 70. “Diria que mais de 90% da estrutura de armazenagem construída nos anos 70 teve a participação do BRDE”, afirmou o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslowski.
Cooperativas
O cooperativo agropecuário é responsáveis por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. As cooperativas movimentam sozinhas quase 50% do total de exportações nacionais no setor, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio.
Das 40 empresas paranaenses que mais exportaram nos 5 primeiros meses de 2004, cinco são cooperativas e todas contam com financiamentos do BRDE. Juntas, Coamo, Lar, C.Vale, Copacol e Coopavel movimentaram até agora um total de US$ 283,96 milhões em exportações.
Atualmente, mais de 20 das principais cooperativas agrícolas do Paraná contam com recursos do BRDE, através de financiamentos ou convênios. Juntas, elas atingem um total de 1.319 municípios da região Sul e empregam diretamente 23.880 pessoas.
