Conversões perigosas à esquerda estão com os dias contados

As conversões perigosas à esquerda em vias de mão dupla estão com os dias contados em Curitiba. Há três anos a Diretoria de Trânsito (Diretran) da URBS, empresa municipal responsável pelo gerenciamento de trânsito e transporte da cidade, começou gradativamente a modificar os cruzamentos com conversão perigosa à esquerda, onde congestionamentos e colisões eram freqüentes.

A alteração mais recente aconteceu na semana passada, no cruzamento da avenida Presidente Kennedy com a rua Eduardo Carlos Pereira, popularmente conhecida como via rápida Portão-Centro. Antes da mudança, os motoristas que circulavam pela Kennedy no sentido Portão-Rebouças, ao chegar nessa esquina, encontravam um semáforo exclusivo para a conversão à esquerda. Esse semáforo adicional aumentava o tempo de espera de todos os outros motoristas que passavam pelo local, e nem sempre era respeitado. Às vezes os carros ficavam presos no meio do cruzamento à espera de uma brecha para fazer a conversão, numa verdadeira roleta-russa que podia terminar em colisão.

O semáforo foi retirado e, assim como aconteceu na maior parte da Kennedy, a conversão à esquerda foi proibida. Os motoristas se acostumaram rápido com a mudança, mesmo em cruzamentos de maior movimento, como a esquina com a rua Brigadeiro Franco. A sinalização no local explica com clareza a nova rota que deve ser seguida pelos motoristas. O trajeto alternativo, na maioria dos casos, tem o desenho de uma letra "P": o carro anda uma quadra à frente e vira à direita três vezes seguida para pegar a rua onde originalmente entraria direto à esquerda.

A gerente de engenharia de trânsito da Diretran, Rosângela Battistella, a proibição é recomendada em vias de mão dupla onde há grande fluxo de veículos, o que gera conflito entre motoristas que circulam nos vários sentidos do cruzamento e os pedestres que cruzam as pistas em todas as direções. "Grandes cidades já adotam essa regra, como São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte", afirma ela.

Quem tenta virar à esquerda numa via de mão dupla tem que dividir sua atenção entre o fluxo da pista contrária, aos carros que vem atrás e que gostariam de seguir reto, mas precisam esperar a manobra, e no tempo do semáforo da rua transversal, que pode abrir a qualquer momento, além dos pedestres que também fazem parte desse conflito de interesses.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo