O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, assinou nesta terça-feira (20) convênios no valor de R$ 1,34 milhão para a implantação de duas novas áreas protegidas no Estado ? nos municípios de Candói e Porto Rico – e recuperação de áreas degradadas de fundos de vales em outros oito municípios do Paraná. Os convênios foram assinados durante a Escola de Governo.
Será criado o Parque Recanto dos Votorões, no município de Candói, com investimentos de R$ 201 mil na construção do parque municipal com área de 22 hectares destinados à preservação florestal. O local será equipado com infra-estrutura voltada à conservação de espécies nativas como araucária e imbuia, controle da erosão e a recomposição florestal.
?A idéia de criar este parque existe há mais de oito anos, mas só agora, com o apoio do governador Roberto Requião, conseguiremos colocá-la em prática?, disse o prefeito de Candói, Maurício Mendes. Segundo ele, os recursos do município suprem apenas o atendimento aos direitos básicos dos cidadãos, como saúde e educação. ?Esta será a nossa contribuição às próximas gerações, um pulmão verde no centro de nossa cidade?, destacou.
Ele disse que a idéia é implantar dentro do parque um centro de educação ambiental com trilhas voltadas à educação ambiental para que as escolas possam desenvolver oficinas e outras atividades que incentivem a preservação ambiental. ?O local possui diversas espécies nativas, como araucária e imbuía, e muitas vezes a comunidade do entorno retira madeira sem se preocupar com a preservação destas espécies?.
Porto Rico
O convênio para a construção de um Centro de Educação Ambiental no município de Porto Rico, junto ao Horto Florestal Municipal, também foi assinado. Serão repassados R$ 200 mil para a implantação do Centro que terá cerca de 500 metros quadrados e anfiteatro com capacidade para 80 pessoas.
De acordo com o prefeito de Porto Rico, Walter Romão, o local será utilizado para debates, seminários, encontros de produtores rurais e também será atrativo para o ecoturismo da região. ?Além de trazer inúmeros benefícios à comunidade do entorno, o Centro de Educação Ambiental será muito importante para receber os visitantes da Área de Preservação Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná?, explicou.
Fundos de Vale
O convênio assinado entre as prefeituras e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para recuperação de áreas de Fundo de Vale irá beneficiar os municípios de Tunas do Paraná, Vitorino, Pranchita, Ouro Verde do Oeste, Nova Esperança, Guaraniaçu, Coronel Domingos Soares e São Pedro do Ivaí.
Os recursos no valor de R$ 941 mil são provenientes do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema) e serão utilizados em infra-estrutura para impedir a ocupação e uso desordenado dessas áreas, que são geralmente baixas e localizadas entre duas encostas. Nos fundos de vale são comuns a existência de rios e riachos, formadas pelo processo de erosão e depósito de sedimentos transportados pelos rios
Rasca Rodrigues explicou que nos fundos de vale há ocorrência de mata ciliar. ?O convênio tem como objetivo impedir a exploração dessas áreas, promovendo alternativas de lazer para a população, além da conscientização sobre a importância da preservação dos fundos de vale?, destacou Rasca.
Para o secretário de Agricultura e Meio ambiente de Nova Esperança, Luiz Longhin, a recuperação das áreas degradadas, especificamente nesta região, é vital para a revitalização da qualidade de água da região. ?O Ribeirão Paracatu teve problemas de erosão em sua nascente que corta a BR 376, as minas foram soterradas e a qualidade de água caiu. Precisamos reverter este quadro e impedir que ocorra novamente?, disse Luiz.
Já o secretário de Meio Ambiente de Coronel Domingos Soares, outro município beneficiado pelo convenio, Kleber Rocha Bordignon, falou que um dos principais obstáculos para a preservação dos fundos de vale é a falta de informação. ?O agricultor movimenta muito a terra, aumentando a necessidade e freqüência da manutenção e precisa de informações para manejar corretamente o direcionamento das águas. Algumas áreas deveriam ser declaradas como Reservas Permanentes ou realizar um reflorestamento?, sugeriu Kleber.