Controle do tráfego aéreo será descentralizado

Descentralizar o controle do tráfego aéreo até domingo é aposta do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para contornar a crise dos atrasos na aviação do País. O que se quer é retirar do Cindacta-1, em Brasília, a responsabilidade pelo acompanhamento de vôos da Ponte Aérea Rio-São Paulo e aqueles entre essas duas cidades e Belo Horizonte. Além disso, rotas do Sul e Sudeste para o Nordeste serão desviadas para o mar, ao longo do litoral, transferindo o controle dos vôos para os radares de Porto Alegre, São Paulo, Rio, Porto Seguro e Recife.

Um dos argumentos para os atrasos nas autorizações das decolagens é o movimento excessivo de aviões pelos setores de controle sob responsabilidade de Brasília. Para piorar, desde a queda do avião da Gol, há um mês, estão suspensos temporariamente nove operadores por causa das investigações.

Segundo o coronel Paullo Esteves, do Decea, no domingo o departamento espera que 11 novos controladores de vôo comecem a trabalhar no Cindacta-1 . O órgão tem 200 controladores, mas o setor que cuida de Brasília, o mais problemático, tem 30. Os novos controladores foram transferidos de outros Cindactas no dia 27. Até o sábado, concluirão um curso de readaptação de 90 horas.

Até lá, os aviões usarão o esquema descentralizado. "Nós chamamos isso de tubulões", disse Esteves. Hoje, quando um avião decola de São Paulo, por exemplo, ele é acompanhado até atingir 15 mil pés pelo controle paulista, passando então ao Cindacta-1. Quando o avião chega a 54 milhas náuticas do Rio, o Cindacta-1 entrega o vôo para o controle carioca.

O que se fará com os tubulões é retirar o Cindacta dessa operação. Os vôos ocuparão rotas exclusivas onde o controle será compartilhado entre os radares das duas cidades. O mesmo ocorrerá nos vôos entre essas capitais e Belo Horizonte.

As medidas foram anunciadas depois de uma reunião entre Decea, Infraero, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e empresas aéreas no Rio. Pretende-se ainda melhorar o fluxo de informações aos passageiros. Segundo o diretor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins, o objetivo é monitorar atrasos e fazer a informação chegar aos passageiros.

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