Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu pelo aumento da Selic, o Banco Central (BC) reconhecia que desde setembro, quando foi retomada a política gradativa de aumento da taxa básica de juros (Selic), houve redução das projeções de inflação em relação à trajetória de metas, principalmente nos dois últimos meses.

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O documento ressaltava, contudo, que "alguns fatores representam riscos ao processo de convergência da inflação" à trajetória de metas.O colegiado de diretores do BC revelava o temor de que "a resistência da inflação à queda" se revelasse mais intensa do que estimam o mercado e a autoridade monetária.

A ata da reunião do Copom advertia que "na eventualidade de se verificar uma exacerbação de outros fatores de risco inflacionário, a autoridade monetária estará pronta para adequar às circunstâncias o ritmo e a magnitude do processo de ajuste da taxa de juros básica". Recado que, por si só, gerou expectativas do mercado com relação à reunião que começa hoje e termina amanhã.

A intenção, de acordo com o documento divulgado em janeiro, é deixar a taxa Selic alta por um período "suficientemente longo" para forçar a redução da expectativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, em 5,67% à época, e pelo Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, que aumentou para 5,74%.

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No dia seguinte à divulgação da ata, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmava aos participantes do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que o país precisa ser "duro" no controle da inflação para garantir o poder de compra da parte da sociedade que ganha menos.
De acordo com Lula, quando o Banco Central detecta que há uma possibilidade de aumento da inflação, "tem como instrumento o aumento dos juros".

No mesmo encontro, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ratificava o discurso de Lula, ao afirmar que "o maior e mais básico projeto de interesse social de um país, do ponto de vista do trabalhador, é o controle da inflação".

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Palocci considerou natural a possibilidade de altas de juros no país, mas deixou claro que o Banco Central, "que tem a responsabilidade de seguir as metas definidas pelo governo, não pode deixar de dar a mensagem permanente contra qualquer pressão inflacionária".