O ex-presidente da Associação de Controladores de Vôos, Ulisses Fontenele, denunciou hoje que 190 controladores estão sentido mantidos no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), com sede em Brasília, desde ontem. "É uma aquartelamento", afirmou.
Nesta madrugada, segundo informações da rádio CBN, a Aeronáutica decidiu convocar 149 controladores militares de tráfego aéreo para ajudar na situação de emergência nos aeroportos. Outra medida foi a retenção dos controladores que já trabalhavam no Cindacta 1. Os controladores convocados irão compor uma força-tarefa para ajudar a regularizar o caos nos aeroportos.
Para Fontenele, a medida adotada pelo Comando da Aeronáutica não vai resolver os problemas dos atrasos vividos em quase todos os aeroportos. "Concordo que temos de encontrar uma solução. Mas esta não é a melhor", disse
Reclusos no Cindacta, os controladores, de acordo com Fontenele, estão sendo obrigados a trabalhar sob um alto nível de estresse. "O estresse é tão alto que tem até gente chorando por não suportar a pressão", afirmou.
Preocupado, o ex-presidente da Associação de Controladores demonstrou apreensão sobre as condições de trabalho dos operadores mantidos no Cindacta. "Quero saber como eles vão dormir, se há lugar para eles descansarem", comentou.
Os controladores militares, segundo o relato de Fontenele, estão sob ameaça de serem submetidos a uma corte marcial se resolverem deixar o Cindacta antes de domingo. "Se forem punidos por uma corte marcial, os militares perdem todos os seus direitos", explicou.
Para o ex-presidente da Associação de Controladores, as companhias aéreas não têm nenhum culpa pelos atrasos de vôos verificados nos aeroportos. "Os passageiros só podem reclamar dos funcionários das empresas por falta de informação", disse.