Os controladores de vôo querem que entidades civis participem das negociações para resolver a crise aérea no País. Nesta terça-feira (10), os representantes da categoria se reúnem em Brasília com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A expectativa dos controladores é a de que entidades como a Ordem possam vir a exercer um papel de interlocução na negociação da categoria tanto com os militares quanto com o governo federal.
O encontro em Brasília foi agendado pelo diretor da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais e membro da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), José Maria de Almeida. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo (ABCTA), Wellington Rodrigues, a negociação para a desmilitarização do setor e um plano de carreira para os controladores está congelada desde a semana passada, quando eles se reuniram com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Rodrigues informou que outra reunião está agendada com Bernardo para amanhã. "Não sabemos se essa reunião de fato vai ocorrer, porque não tivemos mais nenhum contato (com o ministro) desde a semana passada", disse Rodrigues. Ele voltou a afirmar que o problema no tráfego aéreo do País é "estrutural" e espera que a análise dos fatos seja feita com base não apenas na paralisação do último dia 30 de março, quando controladores militares se amotinaram no Cindacta 1, em Brasília. "Aquilo foi conseqüência. Se analisarmos apenas o que ocorreu no dia 30, o julgamento já foi feito", comentou, referindo-se ao fato de a categoria estar sendo criticada pela sociedade.