Controladores de vôo do Rio de Janeiro decretam estado de greve

O controladores de vôo decidiram hoje em assembléia realizada no Rio decretar estado de greve por pelo menos 15 dias. Na prática, é uma ameaça de greve. "Estamos confiantes de que o governo vai cumprir o acordo assinado pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento). Estado de greve não quer dizer greve. Não haverá paralisação por parte dos controladores civis. Mas podemos convocar outra assembléia antes dos 15 dias se acontecer algo. Estaremos mobilizados e atentos a tudo", declarou o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo, Jorge Botelho.

Segundo ele, a atitude dos controladores militares "foi um desabafo". "A coisa estourou, e o governo sabia. Esse caos está instalado porque o governo não se manifestou para solucionar o problema." Um repórter perguntou a Botelho se é legítimo deixar a população nessa situação: "Legítimo é aquilo que está dentro da lei", respondeu.

Desmilitarização

Mais cedo, o sindicato divulgara nota em que pede "perdão" pelos problemas, mas afirma que "não foi possível visualizar algum outro modo de sensibilizar o governo para a necessária desmilitarização do setor". "Vencer a resistência do Comando da Aeronáutica pela manutenção dos seus privilégios, senão o de efetuar o presente movimento que, temos ciência, tanto prejudicou a sociedade civil. Pedimos perdão, mas temos consciência que só assim se assegurará maior e melhor segurança de vôo no futuro.

De acordo com o sindicato, a "retórica largamente difundida pelo comando da aeronáutica sobre a quebra de hierarquia não procede". "A hierarquia só se aplica aos denominados subalternos e civis do sistema? Vale citar como exemplo que, para atender a coletividade, ou seja, o interesse maior, o então Presidente Kennedy desautorizou os militares americanos e, com isso, evitou uma guerra nuclear.

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