Brasília – As negociações com o governo federal estão paradas desde o início do mês, quando foi criado um grupo de trabalho para debater com os controladores de vôo, afirma o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Para forçar o governo a retomar o diálogo, o sindicato foi pedir apoio nesta quarta-feira (25) ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto.
A assessoria de imprensa do Ministério da Defesa confirma que as negociações estão paradas por causa da manifestação de controladores, no dia 30 de março, que parou todos os aeroportos do país. Segundo a assessoria, a decisão do ministério é de esperar que a situação se acalme, antes de retomar o diálogo.
De acordo com o chefe da Segurança de Vôo do sindicato, comandante Eugênio de Abreu Júnior, o setor enfrenta vários problemas e a OAB foi escolhida para servir de ponte entre os controladores e o governo federal. "Há defasagens tecnológicas, existem problemas de compatibilidade de hardware com softwares de controle do espaço aéreo e há problemas de carreira dos controladores de vôo", afirmou o comendante.
O sindicalista lembrou também que existe, por parte do controladores, a reivindicação pela desmilitarização do setor. Ele afirma que essa é a maior preocupação dos controladores e que para o sindicato a função de controlador, por se tratar de uma atividade civil, é incompatível com a gestão militar.
O presidente da OAB se mostrou preocupado com o problema dos controladores e afirmou que vai tentar ajudar a categoria. "Eu já tentei intermediar essa negociação e não obtive resposta, mas nós temos que aprender que a persistência é fundamental. Eu vou, mais uma vez, colocar aos setores do governo que recebi essa visita e pedir que se reabra a negociação", disse o Britto. O presidente da OAB ainda deixou claro que, caso o problema dos controladores não seja resolvido uma nova crise aérea pode voltar a ocorrer.