Controladores civis de vôo decidem greve na segunda-feira

Rio de Janeiro – Os controladores civis de vôo decidem na próxima segunda-feira (2) se entram em greve. O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, informou que haverá reuniões em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo para se tomar a decisão.

Botelho considerou vaga a posição do ministro da Defesa, Waldir Pires, sobre as reivindicações da categoria. O ministro falou à imprensa durante a tarde desta sexta-feira (30) e pediu paciência aos controladores.

?Acho que o pessoal já esgotou a paciência. Eu falei para o ministro que nós não teríamos mais argumentos para segurar a categoria. Disse que ia acontecer o estouro da boiada e foi o que ocorreu?, afirmou.

Botelho alertou que o governo deve se apressar, durante o final de semana, em oferecer uma proposta para os controladores. ?Ainda há tempo de o governo formalizar algo de concreto, que possa ser avaliado pela categoria. Pois se não tiver nada, não temos condições de apresentar outra solução. Este movimento dos militares, com certeza, vai influir na opinião do pessoal durante a assembléia na segunda-feira?, disse.

Botelho considera que o principal é reestruturar a carreira, mas disse que o primeiro passo deve ser o aumento salarial. ?A gente reivindica uma carreira bem estruturada, típica de estado, como a do policial rodoviário federal ou a da Polícia Federal. Mas nós sabemos que isso é a médio prazo. Em curto prazo, queremos negociar com o governo medidas emergenciais, em termos de remuneração?.

O sindicalista informou que um controlador de vôo entra na carreira ganhando R$ 3 mil e se aposenta, 30 anos depois, com quase o mesmo salário: R$ 3.130. No caso dos militares, disse, o caso é inverso, pois o controlador em início de carreira começa ganhando pouco, cerca de R$ 1.800, mas se reforma com salário de R$ 5 mil, em 25 anos.

Nesta sexta-feira, segundo a Infraero, 39 vôos atrasaram no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, de um total de 62, sendo 30 com média de 40 minutos e nove com duas horas ou mais. No Aeroporto Santos Dumont, responsável pela ponte aérea Rio-São Paulo, houve 10 atrasos, de um total de 60, todos com menos de uma hora.

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