O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, que vê com tranqüilidade a decisão do governo da Bolívia de comprar as refinarias da Petrobras no país. Segundo ele, a decisão da Bolívia de "se tornar dona de seu gás" foi uma opção da sociedade por meio de plebiscito e não do presidente Evo Morales. No entanto, Lula destacou que exigirá o cumprimento dos contratos. "A riqueza é deles. Eles vendem para a gente se quiserem, mas quero que quando tiver contrato, tem que cumprir", afirmou.

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Lula disse que, até o momento, não existe nenhum problema com o fornecimento do gás da Bolívia para o Brasil. O presidente afirmou que os problemas com os países vizinhos fazem parte do processo democrático. Para Lula, esses países viam o Brasil como um país imperialista. "Ou seja, tudo que acontece de ruim é culpa do Brasil", declarou. Lula afirmou que no passado também acreditava que todos os problemas do Brasil eram por causa dos EUA, mas ele descobriu que a culpa é do imperialismo da elite brasileira, que não fez distribuição de renda. "Por que ficar culpando os outros, ao invés de olharmos para o nosso umbigo?", perguntou.

Lula disse que continuará mantendo o seu projeto de integração com os países da região e defendeu o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que se manifestou contrário à produção do álcool. "O Chávez é um parceiro inestimável para o Brasil", afirmou. Para o presidente, o biocombustível é a grande chance dos países em desenvolvimento. Quando o mundo desenvolvido resolver adicionar álcool à sua gasolina e colocar diesel nos caminhões, o mundo vai se curvar diante disso". Lula lembrou que a próxima reunião do G-8, da qual ele participará, servirá para discutir o aquecimento global. "Vamos desaquecer o planeta com álcool e biodiesel", afirmou.

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