O Ministério Público de São Paulo concluiu que o Primeiro Comando da Capital usou computadores e papéis oficiais da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para controlar a contabilidade do tráfico de dentro de penitenciárias do Estado. Promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Gaerco), de São José do Rio Preto (SP), mostraram à imprensa documentos que comprovariam o uso de papel timbrado, com todas as movimentações do tráfico, impresso em computadores da Penitenciária de Segurança Máxima Nestor Canoas (P-1) de Mirandópolis.

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Os documentos estão anexados nas alegações finais, feitas na sexta-feira, do processo em que os promotores paulistas pedem à Justiça a condenação de 117 integrantes de uma quadrilha liderada por traficantes do PCC, que comandavam a venda de drogas e de veículos roubados de dentro das penitenciárias de Mirandópolis, Valparaíso e Lavínia, todas dominadas pela facção criminosa.

Com 130 volumes, o processo conta com a transcrição de cerca de 500 horas das mais de 3 mil horas de conversas gravadas de 126 telefones fixos e celulares grampeados pelo Gaerco. As conversas revelam a identidade dos envolvidos e o esquema de pagamentos e recebimento de dinheiro do PCC. O bando, desarticulado na Operação Desmonte em agosto de 2004, contava, segundo o documento, com a participação de donos de revendedoras de carros colaboradores e traficantes espalhados pelas cidades do interior, além de funcionários de cartórios do Fórum de Rio Preto e advogados, presos na operação.

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