Após atingir níveis recordes em setembro, o consumo de combustíveis líquidos registrou queda em outubro, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Ao todo, o consumo dos oito tipos de combustíveis acompanhados pela agência reguladora (gasolina, diesel, álcool hidratado, óleo combustível, querosene de aviação, GLP, querosene iluminante e gasolina de aviação) totalizou 7,62 bilhões de litros em outubro, com queda de 8,82% em relação ao registrado em setembro.
No intervalo de 12 meses, porém, o consumo de outubro registrou aumento de 3,31% sobre igual mês de 2005. No acumulado do ano o total acumulado está 1,72% acima do registrado nos dez primeiros meses do ano passado, quase metade das projeções da Petrobras no início do ano, que previa aumento ao redor de 3% para este ano.
Pelos dados da ANP, a maior queda foi dos combustíveis utilizados pela indústria e nas usinas térmicas, como o diesel e o óleo combustível, com quedas de 12,10% e 11,45%, respectivamente. Em setembro, houve um brusco aumento no consumo desses combustíveis para a geração de energia elétrica devido à carência de gás natural em algumas usinas. O consumo de diesel em outubro, o principal derivado de petróleo produzido pela Petrobras, somou 3,24 bilhões de litros, bem abaixo dos 3,68 bilhões registrados em setembro. Em relação a outubro do ano passado, a queda foi de 3,49% e o acumulado em 2006 (janeiro a outubro) está 1,30% abaixo do registrado nos dez primeiros meses de 2005.
No caso do óleo combustível, o consumo em outubro somou 482 milhões de litros. Embora tenha ficado abaixo do registrado em setembro (queda de 11,45%) esse patamar está 17,26% acima do registrado em outubro de 2005. No acumulado no ano, o consumo ficou praticamente estável, com variação de 0,78%. O óleo combustível vinha sendo substituído pelo gás natural nos últimos anos (há cinco anos o consumo mensal estava em torno de 700 milhões de litros), mas devido à menor oferta do gás, o óleo voltou a ser mais utilizado nos últimos meses.
No caso da gasolina C, o segundo principal produto do portfólio da Petrobras, o consumo de outubro atingiu 2 bilhões de litros, com queda de 3,06% em relação a setembro, mas aumento de 7,03% em relação a outubro de 2005. No acumulado do ano houve aumento de 2,03%. O derivado tem sido favorecido pelo grande aumento da frota de veículos nos últimos anos, com a indústria automobilística batendo recorde de produção e vendas. A gasolina brasileira, comercializada no varejo (tipo C), leva cerca de 20% de álcool anidro em sua composição.
No caso do álcool hidratado, utilizado diretamente nos veículos, o consumo de outubro somou 474,8 milhões de litros, com queda de 11,64% em relação ao recorde de 537 milhões de litros registrado no mês anterior. Mesmo assim, o patamar de outubro está 16,88% acima do observado em outubro do ano passado, embora o ritmo de aumento nas vendas do álcool no varejo tenha registrado declínio nos últimos meses, após a aceleração observada até agosto. No acumulado do ano, o consumo de álcool combustível está 22,54% acima do registrado em igual período de 2005.
No caso de querosene de aviação, que também havia registrado recorde no consumo em setembro, a ANP registrou consumo de 418 milhões de litros em outubro, com queda de 19,49% no mês de outubro em relação ao mês anterior. No intervalo de 12 meses, porém, houve aumento de 10,64% no consumo e o acumulado nos primeiros dez meses de 2006 está 8,43% acima do registrado em igual período do ano passado. Apesar da quebra da Varig no primeiro semestre, o movimento de aviões no País tem registrado forte aumento este ano, o que se reflete no consumo de combustível.
O GLP, ou gás de cozinha, registrou ligeira reação em relação ao mês anterior, mas ainda está abaixo do patamar de 1 bilhão de litros, como observado no período de maio a agosto. Em outubro o País consumiu, na forma de GLP, o equivalente a 998,8 milhões de litros, com aumento de 0,32% em relação a setembro e de 5,57% em relação a outubro do ano passado. No acumulado (janeiro a outubro), o consumo de GLP registrou aumento de 1,31% sobre igual período do ano passado. Os outros combustíveis acompanhados pela ANP têm participação apenas residual, com 2,66 milhões de litros para a gasolina de aviação e de 3,1 milhões para o querosene iluminante.