O consumo de energia elétrica cresceu 4% no País no primeiro trimestre sobre o mesmo período no ano passado, informou nesta terça-feira (15) a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo dados da instituição, o mercado de energia elétrica, que compreende os consumidores livres e cativos, atingiu até março o montante de 90.754 GWh (gigawatt hora) no País. A classe residencial foi o grande destaque no período, puxando a alta nacional com uma expansão de 6% no período. No primeiro trimestre de 2006, o segmento já havia registrado uma alta de 4,4% no consumo de eletricidade ante igual período em 2005. Os dados constam do boletim mensal "Estatística e Análise do Mercado de Energia Elétrica".
Com relação à classe industrial, o consumo de energia manteve a trajetória e registrou crescimento de 3,4% no primeiro trimestre de 2007 sobre os três primeiros meses de 2006, corroborado pela evolução dos índices de produção industrial no mesmo período – alta de 3,8%, acima dos 3,2% obtidos no último trimestre de 2006. A produção de bens de capital, que havia crescido 7,8% no último trimestre de 2006, registrou um crescimento 14,8% no primeiro trimestre de 2007, revelando um quadro positivo para os próximos trimestres.
A região Centro-Oeste foi a que obteve o maior crescimento no consumo industrial (8,3%), alcançando 1.370 GWh. Um dos impactos sobre esta elevação veio da indústria de Goiás, puxada pelo bom resultado do setor de transformação, especialmente nos segmentos de alimentos, bebidas e produtos químicos. Na região Sudeste, a expansão foi menor do que a média nacional, com 2,9% sobre o mesmo período no ano anterior. O mesmo aconteceu no Sul, com avanço de 3,7% sobre os três primeiros meses de 2006.
Nordeste
Na região Nordeste foi registrado uma elevação trimestral de 4 2%, referente à expansão da produção de alumínio, à entrada de novos consumidores na Bahia, ao retorno da indústria petroquímica pernambucana (que em 2006 utilizava gás natural) e à entrada em operação de uma nova linha de produção de cimento em Sergipe. No Norte, os dados apontam um aumento de 4,1% no consumo da indústria, em decorrência da ampliação de indústrias eletrointensivas de metalurgia básica ao longo de 2006 e da tomada de carga de uma indústria de pelotização, ambas no Pará.
Já a classe comercial apresentou expansão de 5,4%, sendo que os maiores aumentos ocorreram nos mercados das regiões Sul (7,1%) e Norte (6,3%). A expansão no Sul reflete a manutenção da trajetória de recuperação da economia na região e a ocorrência de temperaturas mais elevadas, principalmente no mês de março.
Na região Norte, o crescimento tanto da classe comercial quanto da residencial pode ser atribuído às altas temperaturas nos meses de janeiro e fevereiro e, como já citado, ao incremento da renda das famílias pelos programas de transferência do Governo Federal.
De acordo com o boletim, na região Nordeste, a classe comercial obteve um crescimento de 5,6%, refletindo a consolidação e ampliação de instalações ligadas à atividade turística, como hotéis e pousadas, além de unidades comerciais como supermercados, shoppings e lojas de departamentos.