O consumo nacional de combustíveis caiu drasticamente em abril e o mercado já começa a prever o segundo ano seguido de estagnação. Foi o segundo pior mês de abril desde o início da série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP), iniciada em 2000, perdendo apenas para 2003. Os últimos dados da ANP apontam um crescimento acumulado de apenas 0,5% nos primeiros quatro meses deste ano, mesmo depois da intensificação de medidas contra o comércio irregular de combustível
A retração do mercado foi provocada, principalmente, pela queda nas vendas de óleo diesel, que estão 1,9% menores este ano. Segundo representantes de distribuidoras, os números refletem o comportamento da economia nacional, que vem "andando de lado", nas palavras de um entrevistado. O diesel é o combustível mais vendido no País, usado principalmente no transporte da produção industrial e agrícola. No Centro-Oeste, por exemplo, o consumo do combustível caiu 10,9%, informa a ANP
O mercado esperava um ano de recuperação das vendas e os números de janeiro, quando o consumo cresceu 4,5%, corroboravam a tese. Mas, já em fevereiro, a situação começou a virar. Ainda não há dados oficiais sobre maio, mas representantes das empresas afirmam que a retração se manteve
Segundo a ANP, as distribuidoras venderam 6,928 bilhões de litros em abril, 4,3% a menos do que o registrado no mesmo mês do ano anterior, e apenas 4,4% maior do que o verificado em 2003 pior ano da série histórica da agência. A queda nas vendas ocorre em um ano de intensificação no combate ao mercado irregular, o que contribui para inflar os números oficiais
Desde o início do ano, todo o álcool anidro – aquele misturado a gasolina – vendido no Brasil tem que ser colorido com um corante alaranjado, evitando a venda do produto como álcool hidratado. A medida foi responsável por grande parte do aumento nas vendas de álcool este ano, que chega a 20%, e já tem reflexos no índice de adulteração do combustível, que caiu a 4,8% na média de 2006. É o melhor nível desde o início da pesquisa, em 2001