A queda no ritmo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e a quebra da safra agrícola na região Sul frustraram as estimativas de aumento de consumo de combustíveis da Petrobras em 2005. O diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, adiantou hoje (9) que o crescimento da demanda desses produtos será inferior aos 2,6% a 2,8% esperados no ano passado.
No acumulado de janeiro a novembro, o aumento de consumo foi de 2%. Ele explicou que o fraco desempenho do PIB e a quebra da safra frustraram as expectativas de expansão da demanda de gasolina e diesel no País. Os dados oficiais de consumo serão fechados pela Petrobras no dia 15. Costa explicou que, para o período 2006-2010, segundo o plano estratégico da Petrobras, a expectativa é de um crescimento anual do consumo em torno de 2 6%.
A frustração nas estimativas de consumo ocorre simultaneamente ao anúncio do recorde histórico de refino da empresa em 2005, divulgado no final da semana passada. No ano passado, as refinarias da Petrobras processaram uma média de 1 758 milhão de barris, com utilização de cerca de 94% da capacidade. O volume é 30 mil barris superior ao registrado em 2005 (1,728 milhão).
Refinaria
Enquanto comemora os bons resultados, a Petrobras começa a concluir a avaliação técnica para construção da Unidade de Produtos Básicos (UPB), refinaria a ser instalada no Estado do Rio e que vai absorver investimentos em torno de US$ 9 bilhões.
Costa alertou que "esse momento de polarização, de calor político", em torno da localização da refinaria do Rio de Janeiro poderá resultar no adiamento do início do empreendimento. Ele disse que a Petrobras prossegue na avaliação de qual o melhor local, no Estado do Rio, para a localização da refinaria, "ainda que obviamente exista calor político".
A empresa trabalha com a perspectiva de Itaguaí, na região metropolitana do Rio, ou duas áreas no Norte Fluminense, nas proximidades de Campos (RJ), reduto político da governadora do Estado, Rosinha Matheus. O ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, está pressionando para que o projeto seja instalado em Campos.
Segundo Costa, a avaliação técnica do projeto deverá estar concluída no primeiro trimestre. Indagado se esse "calor" poderá inviabilizar a instalação do empreendimento no Estado do Rio, ele respondeu: "Não acredito que saia do Rio, mas poderá haver atraso."