O público mais velho, na faixa entre 56 e 60 anos, é o mais predisposto a gastar no fim de ano. Uma pesquisa sobre expectativas de consumo para o Natal, realizada pela inSearch, revela que os entrevistados com esta idade pretendiam gastar em média R$ 1.795,10 nessa época. O valor é acima da média das despesas dos entrevistados em geral, que acreditavam que gastariam em torno de R$ 1.051.

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"O consumidor com mais idade pode estar aposentado, mas geralmente continua trabalhando para reforçar a renda e muitos ainda sustentam a família", diz o diretor Fábio Mariano, da inSearch, especializada em estudos de tendência de comportamento de consumo. O levantamento foi feito entre os dias 4 e 7 deste mês com 900 pessoas das classes A,B,C e D em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, e envolveu gastos no mês de dezembro, e não apenas a compra de presentes.

A empresária de eventos Theresa Christina da Gama de Souza e Fiasco, por exemplo, recebe aposentadoria como diretora de escola há oito anos, mas decidiu abrir seu próprio negócio para reforçar a renda. "Impossível ficar só sobrevivendo com a aposentadoria. Queria uma atividade para viver e que eu gostasse e decidi investir na área de marketing e eventos." Separada, com três filhos adultos que moram com ela, Theresa vai conter gastos este ano porque está reformando a casa, mas assim mesmo calcula que terá um gasto médio entre R$ 1,5 mil e R$ 1,6 mil na soma de presentes para amigos, parentes e auxiliares do dia-a-dia.

A artista plástica Lúcia Barbosa também calcula gastos em torno de R$ 1,6 mil com presentes para a família, amigos e compras para a ceia. Na lista de compras, os netos, de 8 e 4 anos, acabam sendo privilegiados. "Não consigo negar nada para eles." Para este Natal ela já comprou roupas, tênis e brinquedos.

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O resultado da pesquisa da inSearch confirma as análises de especialistas, que ressaltam o potencial de compras do público da terceira idade que vai às compras . "Os netos desses consumidores podem ganhar bons presentes neste Natal", diz com base no tíquete médio de gastos mais elevado dessa faixa etária. Mas, ressalva, o limite termina nos 60 anos, porque acima dessa faixa o gasto médio cai pela metade.

As mulheres paulistanas se destacam entre as consumidoras nesta época. Segundo a pesquisa elas têm uma expectativa de despesa média de R$ 1.354,27 com o Natal, bem acima das cariocas, que devem gastar R$ 996,54, e das mulheres de Salvador que têm a intenção de gastar R$ 790,26. "As paulistanas têm uma renda mais elevada e são o sonho dos lojistas", diz Fábio Mariano.

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Como já é de hábito, a maior parte dos consumidores de São Paulo Rio e Salvador está decidindo na última hora o que comprar e quanto gastar com o Natal. Entre os entrevistados, 48% não fizeram nenhum planejamento de gastos para as compras de Natal e 39% informaram que comprariam menos itens do que em 2005, independentemente do valor a ser gasto. Os baianos são os que mais planejam, na comparação com os entrevistados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Enquanto em São Paulo apenas 12% dos consumidores programaram seus gastos para o fim de ano, em Salvador esse porcentual é o dobro.

"Provavelmente porque a vida do paulistano é mais corrida esse tipo de preocupação acaba ficando em segundo plano. O problema é que o consumidor que compra na última hora tem tendência a gastar mais", diz o diretor da inSearch.

Roupas, com 75% das citações, e calçados, com 63%, serão os itens mais comprados, mas o sonho de consumo da maioria, que não será realizado neste Natal, é a troca ou compra de carro. Entre os entrevistados, 28% deixaram de comprar um carro, 23% de comprar um imóvel, 11% de viajar e 10% de comprar um TV de plasma.

A empresária Theresa Christina é uma das que adiaram o sonho de consumo de trocar de carro. Mas ela tem mais dois sonhos, e pretende realizá-los em breve: comprar um segundo imóvel para lazer e fazer uma plástica.