A construção civil foi o destaque como impacto positivo no crescimento de 3% da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado. Segundo explicou a gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, a construção registrou aumento de 5,5% no período. Ela atribui o aumento especialmente à expansão dos financiamentos na área de habitação. Ela disse que houve um aumento nominal de 25% nos recursos voltados para financiamento de habitação no terceiro trimestre deste ano, ante igual período do ano passado. Ela atribui o bom desempenho da construção também à queda dos juros nominais e ao ano eleitoral, que sempre resulta em aumento do número de obras.
Além disso, a indústria extrativa mineral registrou crescimento de 3,4%; os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP, que são energia elétrica e saneamento) cresceram 3,4% e a indústria de transformação expandiu 2%.
Segundo Rebeca, o crescimento da extrativa mineral foi puxado pela extração de minério de ferro (9,5%) e de petróleo e gás (2 9%). Ainda segundo ela, no caso da indústria de transformação os destaques de crescimento, sem detalhamentos de variação porcentual, foram siderurgia, metalurgia, madeira e mobiliário e material elétrico.
A única atividade do setor de serviços a registrar queda no PIB do terceiro trimestre ante igual período do ano passado foi Comunicações (-0,7%). Segundo a gerente de contas trimestrais do IBGE, a queda ocorreu acompanhando uma tendência dos últimos trimestres e está relacionada ao fraco desempenho da telefonia fixa. Segundo ela, o segmento de telefonia fixa tem peso de 49% no segmento de comunicações no PIB e, embora o peso da telefonia móvel tenha crescido muito nos últimos anos e tenha chegado a 44%, qualquer recuo na telefonia fixa tem efeito no resultado final. Os correios pesam 7% nessa atividade.
O PIB dos serviços cresceu 0,4% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre e aumentou 2,2% ante o terceiro trimestre de 2005. Os principais impactos de alta nos serviços foram dados por comércio (3,4%, incluindo atacado e varejo); instituições financeiras (3,1%) e transportes (2,7%).
Consumo
O crescimento do consumo das famílias no PIB do terceiro trimestre foi alavancado pelo crescimento da massa salarial (aumento de 4,6% no terceiro trimestre ante igual período do ano passado) e do aumento do crédito às pessoas físicas, observou a gerente do IBGE.
O consumo das famílias cresceu 0,5% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, a 13ª variação positiva consecutiva nessa base de comparação. O crescimento desacelerou em relação ao registrado no segundo trimestre deste ano (1,2%) nessa base de comparação.
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias subiu 3,4%. Também nessa base de comparação houve desaceleração em relação ao dado apurado no segundo trimestre (4 0%), mas foi o 12º crescimento consecutivo.