A queda na taxa de investimento no País nos últimos anos, em relação a que havia sido calculada anteriormente, resultou especialmente do recuo na participação da construção no Produto Interno Bruto (PIB), a partir da adoção da nova metodologia do IBGE. "A construção estava superdimensionada", afirmou o coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Olinto.
A participação da construção no PIB caiu de 11,7% em 2005, na série antiga do PIB, para 7,1% na nova série. Somente em 2005, a taxa de investimento (Formação Bruta de Capital Fixo sobre o PIB) foi revisada de 19,9% para 16,3%. Houve revisões para baixo na taxa desde 2000 até 2005. Para os anos de 1995 a 1999, que também foram incorporados à nova série do PIB, não foram divulgadas taxas de investimento.
Olinto salientou que a queda na taxa ocorreu em termos quantitativos, mas houve alguma melhoria qualitativa já que, embora a construção tenha apresentado queda de participação no PIB, cresceu a fatia de máquinas e equipamentos, o que significa ampliação de capacidade produtiva.
A Formação Bruta de Capital Fixo é composta do segmento de construção e de máquinas e equipamentos (bens de capital). Ainda em 2005, o segmento de máquinas e equipamentos ampliou a participação no PIB de 7,1% (série antiga) para 7,9% (nova série). Esse aumento de bens de capital foi registrado também em anos anteriores, mas não foi suficiente para compensar a queda ocorrida na participação da construção que ocorreu ao longo dos anos.
A mudança no peso dos segmentos de construção e máquinas e equipamentos, especificamente dentro do indicador de Formação Bruta de Capital Fixo, também mudou. Já levando-se em consideração a nova série do PIB, a construção tinha peso de 49 6% na FBCF em 2000 e passou para 43,5% em 2005. O peso de máquinas e equipamentos, no período, passou de 42,7% para 48,3%.
