Porto Alegre – Setecentos jovens dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná receberão qualificação profissional, a partir de setembro, com o Consórcio Social da Juventude Rural, dentro do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego. Os ministros do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, lançaram nesta sexta-feira (25) a ação, que também complementa o programa Nossa Primeira Terra, na presença de mais de 1.200 agricultores familiares.
Cassel explicou que o trabalho ?vai capacitar os jovens com assistência técnica, para que estejam mais aptos a viver no campo e possam ter projetos mais viáveis para suas propriedades?. O programa, disse, faz parte de um conjunto de medidas desenvolvidas para criar condições mais favoráveis à permanência dos jovens no campo. Segundo Cassel, o ministério do Trabalho repassou R$ 1,5 milhão para o programa ? que será desenvolvido com as entidades sociais em 22 municípios da região ? e o do Desenvolvimento Agrário contribuiu com mais R$ 112 mil.
O ministro Luiz Marinho destacou que, na medida em que o Consórcio Social proporcionar melhores condições para o jovem se desenvolver no campo ? agregando o conhecimento necessário para o bom desempenho e a produtividade ? ele irá facilitar a fixação e a permanência no meio rural. ?Com isso, o jovem não irá buscar uma atividade nos grandes centros, que já estão saturados?, disse.
?Além de dar oportunidade para juventude brasileira, é o primeiro passo para que se estabeleça uma política pública para os jovens, segmento com maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho?, acrescentou Marinho. Segundo ele, o maior crescimento das oportunidades de emprego está hoje fora das regiões metropolitanas: ?Precisamos ampliar a oportunidade da fixação dos empregos na área rural do país?.
Para o coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), Altemir Tortelli ? que assinou os primeiros convênios ?, essa experiência inédita servirá para fixar os jovens no campo e agregar renda à produção rural. ?É uma oportunidade importante, que associa educação e capacitação, com perspectiva de renda ? que é a nossa forma de emprego?, afirmou.
Tortelli disse que os jovens que participarem dos cursos de capacitação terão oportunidade de melhorar a produção de suas propriedades, de se organizar em cooperativas e de desenvolver pequenas agroindústrias. ?Eles vão estudar, se preparar para produzir com novas tecnologias, transformar o que produzem e comercializar seu produto. Tendo resultado econômico ao agregar renda à propriedade, eles poderão ser motivados a não sair do campo?, avaliou o dirigente.
O curso, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego, o curso terá duração de 400 horas. A primeira parte, com 200 horas, será dedicada à formação básica, com aulas sobre valores humanos, inclusão digital, educação ambiental e apoio à elevação da escolaridade. A segunda etapa englobará 200 horas de oficinas-escola com temas profissionalizantes, como produção de leite, agroindústria de leite, agroindústria de carne, agroindústria de vegetais, agroturismo e fruticultura.
A Fetraf é a entidade coordenadora do programa de capacitação e atuará, ao lado de outras organizações, no processo de qualificação dos estudantes.