Consórcio de quadrilhas pode ter executado assalto ao BC em Fortaleza

Fortaleza (AE) – O delegado Eliomar de Lima Júnior, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Federal informou hoje que um consórcio de quadrilhas pode ter sido responsável pelo assalto neste final de semana do Banco Central, em Fortaleza (CE), de onde foram levados cerca de R$ 150 milhões. A suspeita é respaldada, segundo ele, por dois indícios. Um é o de que seria necessário um grande investimento financeiro para a execução do plano – o delegado calcula algo em torno de R$ 100 mil. O outro indício é o de que entre os suspeitos estão criminosos que fariam parte de quadrilhas diferentes. Entre elas, o bando liderado por Moisés Teixeira da Silva, o Cabelo, de São Paulo.

De acordo com o delegado federal, equipes de várias partes do País estão trabalhando em conjunto no caso. "Estamos contando com a ajuda de vários Estados do Nordeste, de São Paulo Minas e até do Rio Grande do Sul." Para ele, o caso terá solução rápida.

Retratos falados – Com a ajuda de depoimentos colhidos entre moradores e comerciantes da Rua 25 de Março, onde funcionava a empresa de fachada que servia de base para o grupo, foram feitos quatro retratos falados, que não foram divulgados porque houve discrepâncias nos relatos das testemunhas. Uma outra importante pista deixada foi a fotocópia da carteira de identidade usada por um dos integrantes do grupo para abrir a empresa PS Grama Sintética.

O documento ficou protocolado na Junta Comercial do Ceará. Nele, o nome que aparece é o de Paulo Sérgio de Souza – que seria falso. No documento, consta que Souza tem 37 anos e é natural de Vila Velha, no Espírito Santo.

Na carteira, expedida no Rio Grande do Norte, teria sido feita uma adulteração grosseira. A polícia acredita que o retrato – que realmente seria de um dos bandidos – foi colado sobre a foto de uma outra pessoa. A suspeita vem do fato de que, no retrato, o homem usa um gorro preto, o que não é permitido na expedição de documentos. A foto tem ainda uma falha estranha na altura dos olhos. Uma substância teria usada para dificultar a identificação.

O delegado disse ainda que há uns 30 dias a polícia cearense recebeu uma denúncia, alertando para a possibilidade de um roubo com as características do praticado no BC. De acordo com o delegado Francisco Carlos de Araújo Crisóstomo, do Núcleo de Informação do Departamento de Inteligência Policial, a denúncia de um plano envolvendo um grupo de 25 a 30 homens chegou ao conhecimento da Polícia Civil em 19 de julho. "Naquele dia, um homem que se identificou como inspetor da Polícia Civil de São Paulo ligou para a nossa superintendência e passou o informe. Um informe pode ser verdade ou não. Para que vire informação, verdade, tem que ser investigado", explicou, em entrevista ao jornal Diário do Nordeste.

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