O Via Amarela, consórcio formado pelas maiores empreiteiras do País – OAS, CBPO (do grupo Odebrecht), Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez – admite que usou material em desconformidade com o contrato com o Metrô de São Paulo para a construção da Linha 4. O engenheiro Wagner Marangoni, do consórcio, disse ontem que foi utilizada manta de impermeabilização de PVC com 2 milímetros de espessura, enquanto o contrato determinava uso de manta com 3 milímetros.

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O material, importado da Suíça, foi colocado em pelo menos 4 quilômetros de túneis onde o método de escavação por explosão foi utilizado. Projeções indicam que nos cerca de 30 mil metros quadrados seriam gastos R$ 4,5 milhões com a manta de 3 mm e R$ 3 milhões com a de 2.

Um engenheiro civil que era ligado à obra, mas saiu por não concordar com o método de escavação, afirmou que engenheiros do Via Amarela passaram quase um ano discutindo que espessura da manta usariam sem ao menos consultar o Metrô. ?O contrato dizia categoricamente que a manta deveria ter 3 mm, mas o consórcio quis mudar à revelia?, disse. ?Não que a de 2 mm seja insegura, mas em locais onde o lençol freático exerce muita pressão é mais indicado implantar a manta de 3.

O motivo da troca, para o engenheiro civil, não foi falta no mercado, mas custo. Calcula-se que o metro quadrado da manta de PVC de 3 mm, vendida no Brasil pela multinacional Sika S.A, custa de R$ 130 a R$150, já implantada. A de 2 mm, R$ 100.

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Marangoni nega: ?Na época não conseguíamos a manta de 3 mm no mercado. Houve consenso com o Metrô de que seria usada uma de 2 mm, depois de quase um ano de discussões. Agora estamos fazendo tratamento com injeções de componente químico que cria uma película impermeabilizante.? Mas ontem o Metrô disse que só responderá hoje se o Via Amarela avisou da troca de material.