O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que vai se reunir hoje (15) com os relatores dos 11 processos disciplinares para montar um cronograma de trabalho para janeiro, durante a convocação extraordinária. "A partir do dia 15 de janeiro os trabalhos serão normais, ouvindo as testemunhas e os deputados que faltam", explicou.
Izar disse acreditar que, até o final da convocação, o Conselho terá terminado oito processos. "Para o Conselho, a convocação ajudou muito", afirmou. Mas o deputado destacou que o Conselho defendia uma convocação sem remuneração aos parlamentares e afirmou que alguns integrantes do Conselho pensam em doar o dinheiro extra que receberão. "Seria um ato simbólico, mostrando que o Conselho gostaria de ser convocado, mas sem remuneração". Com a convocação, os deputados e senadores receberão dois salários em janeiro. Um parlamentar recebe, atualmente, salário de R$ 12.847,20.
Segundo Izar, existem dois processos que estão mais atrasados, o do deputado José Janene (PP-PR) ? que será notificado ainda hoje – e de José Mentor (PT-SP). Dos 11 processos abertos no Conselho contra os deputados citados pelas CPMIs dos Correios e da Compra de Votos, Janene foi o único que ainda não recebeu notificação.
O Conselho de Ética está ouvindo hoje testemunhas arroladas no processo do deputado João Magno (PT-MG). O primeiro a ser ouvido foi o ex-assessor do parlamentar, Charles Antônio Ribeiro. Ele disse que foi depositado R$ 10 mil na conta dele a mando do deputado João Magno para pagamento de dividas da campanha eleitoral de 2002. Segundo Charles, o deputado teria dito que o dinheiro foi conseguido com o PT nacional. Magno diz que os R$ 426 mil recebidos por ele foram utilizados para pagamento de despesas de campanha.
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