Conselho que controla atividades financeiras recebe dados de 700 operações por dia

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda encarregado de proteger o sistema financeiro do país contra a lavagem de dinheiro, recebe por dia 700 comunicações de movimentação em espécie acima de R$ 100 mil. As operações são feitas por bancos, imobiliárias, seguradoras, bolsas de mercadorias, loterias e empresas de cartões de crédito e são analisadas a fim de identificar possíveis anormalidades.

O secretário executivo do órgão, Jaime Alves de Freitas, disse nesta sexta-feira (1), que 78% estas informações vêm do sistema financeiro. "Em princípio estas comunicações, que são obrigatórias por lei, não são atípicas, mas devem ser analisadas". O dinheiro obtido com operações ilícitas é aplicado em negócios formais e legalizado na chamada lavagem de dinheiro.

Ao participar do 2º Fórum Nacional de Prevenção a Crimes Econômicos, Jaime de Freitas explicou que, após a análise, as comunicações suspeitas são encaminhadas ao Ministério Público e à Polícia Federal para serem investigadas. "É muito normal que um supermercado, uma empresa de pedágio ou posto de gasolina façam depósitos em espécie, mas é atípico se um posto de gasolina estiver sacando em espécie, porque aí ele pode estar querendo utilizar o dinheiro para qualquer outra coisa", diz Freitas.

Segundo o secretário-executivo do Coaf, desde 1998 quando o órgão foi criado até abril deste ano, foram feitas 180 mil comunicações. Destas, 175 mil ligadas ao Banco Central. Apenas 8% apresentaram indícios de lavagem de dinheiro.

O fórum sobre prevenção a crimes econômicos realizado na Associação Comercial do Rio de Janeiro reuniu, ainda o chefe adjunto do Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros (Decif) do Banco Central, Fernando Celso Gomes de Souza, e o subprocurador-chefe da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Alexandre Pinheiro dos Santos.

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