O secretário-executivo do Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), Paulo Furtado, reuniu-se nesta sexta-feira (19) com representantes das centrais sindicais na Força Sindical, em São Paulo, para explicar como funcionará a aplicação de até 10% do FGTS dos trabalhadores em obras de infra-estrutura. Ele garantiu aos sindicalistas que inicialmente o Conselho Curador, utilizando os R$ 5 bilhões do patrimônio líquido do FGTS, é quem vai realizar os investimentos e correr os riscos.

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"No início, o Conselho é quem vai investir e correr o risco sozinho pela aplicação do fundo", disse, acrescentando que somente após o Conselho avaliar a rentabilidade dos investimentos é que os trabalhadores poderão optar, se quiserem, em participar.

Segundo ele, o Conselho Curador do FGTS vai definir as obras em infra-estrutura que o fundo deve investir e encaminhar à administração da Caixa Econômica Federal. "A Caixa e o Conselho vão fazer o acompanhamento do fundo e, depois de tudo isso, o Conselho vai se reunir e abrir a possibilidade do trabalhador participar desse investimento", afirma. Furtado explica que os trabalhadores aplicarão num portfólio definido pelos gestores do fundo.

Ele garantiu ainda aos sindicalistas que as contas dos trabalhadores não serão atingidas e que todas as obrigações do fundo serão preservadas. "O FGTS tem um patrimônio líquido de R$ 21 bilhões e nós temos R$ 66 bilhões aplicados em títulos públicos. Queremos tirar esse dinheiro aplicado em títulos públicos e investir na produção, reduzindo os gargalos existentes na infra-estrutura." Na avaliação do secretário, esses recursos promoveriam um "círculo virtuoso" na economia brasileira.

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Furtado destacou também que a Caixa – responsável pela gestão do fundo – não "trabalhará para que as aplicações dêem prejuízo". "A gestão do fundo será profissional, porque não podemos errar. A responsabilidade dos conselheiros é enorme. Ninguém trabalhará para dar prejuízo.

Para ele, o governo está procurando alternativas para dar rentabilidade aos recursos "parados" do FGTS. "Com a Selic (taxa básica de juros) em queda, como vão ficar os investimentos em títulos públicos em 10 anos? A rentabilidade da aplicação de R$ 66 bilhões nos títulos públicos vai satisfazer as necessidades do fundo em 10 anos?", questionou.

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Furtado ressaltou ainda que o fundo não pode participar com mais de 30% dos investimentos nas obras, que a avaliação dos investimentos será medida por agências de classificação de risco internacionais e que nenhuma área vai receber mais do que 30% dos investimentos.