O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), suspendeu nesta segunda-feira a análise da representação do PT contra o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) até que seja verificada a veracidade das rubricas e da assinatura do ex-presidente do PT Tarso Genro no pedido protocolado no mês passado. Izar decidiu ainda solicitar à Mesa Diretora da Casa que seja feita paralelamente uma perícia para comprar a validade da assinatura.
Izar comunicou hoje (21) mesmo a suspensão ao PT, além de notificar o partido oficialmente para que os esclarecimentos devidos sejam prestados. Atual presidente do partido, Ricardo Berzoini respondeu rapidamente ao Conselho de Ética. Reafirmou a veracidade da assinatura de Genro e, em ofício enviado ao órgão, lembrou que à época em que o pedido de representação foi protocolado pelo PT o próprio Tarso Genro, "com plenos poderes para o ato, confirmou publicamente ser sua a assinatura naquele documento". "O pedido (de representação) foi feito, processado e divulgado. Se houvesse falsificação, à época, o próprio Tarso Genro teria procurado o Conselho de Ética para denunciar o crime", afirmou Berzoini. "Fatos políticos dessa natureza não exigem assinatura com firma reconhecida. Trata-se de uma manobra diversionista", reclamou.
O PT decidiu entrar com representação contra Onyx por quebra de decoro parlamentar sob alegação de que o pefelista divulgou informações sigilosas da CPI dos Correios. Entre elas está o vazamento – atribuído a Onyx – de que o ex-chefe da Casa Civil, o hoje deputado José Dirceu, teria obtido empréstimo do PT de R$ 14 mil. "O representado (Onyx), com alarde, divulgou expediente que encaminhou ao presidente da CPI dos Correios (senador Delcídio Amaral – PT-MS) imputando ao deputado José Dirceu ato que caracterizou como crime de responsabilidade, de falsidade ideológica e improbidade administrativa, uma vez que não encontrou registro de suposto empréstimo de que teria se valido de seu partido na declaração anual de bens e rendimentos" argumenta o PT no pedido de representação protocolado na Câmara.
Zulaiê
Ainda hoje o presidente do Conselho de Ética notificou a deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) sobre o pedido de representação contra ela também protocolado pelo PT. A deputada tucana tem agora prazo de cinco sessões para apresentar sua defesa. Zulaiê foi representada por ter se referido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Convenção do PSDB em São Paulo, como "bandidão". Disse a deputada no evento tucano: "Lugar de bandido é na cadeia. Ele (Dirceu) chefiou uma quadrilha. Tem outro bandidão que vai sair: é o Lula."