Conselho de Ética ouvirá os “patrões” da quadrilha dos Sanguessugas

Os relatores do Conselho de Ética do Senado vão ouvir na próxima terça-feira os chefes da quadrilha dos Sanguessugas. Vão depor no Senado os empresários Luiz Antonio Trevisan Vedoin, seu pai, Darci Vedoin, e um dos principais integrantes do grupo, Ronildo Medeiros. Os depoimentos em princípio serão abertos e, se for o caso, poderão se estender até o dia seguinte. O anuncio foi feito ontem pelo presidente do conselho, senador João Alberto de Souza (PMDB-MA), depois de conversar com Jefferson Péres (PDT-AM), Demóstenes Torres (PFL-GO) e Paulo Octávio (PFL-DF), relatores, respectivamente, dos processos contra os colegas acusado pela CPI dos Sanguessugas de envolvimento com a máfia das ambulâncias: Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT).

João Alberto chegou a dizer que não acreditava no depoimento de "bandidos", logo que foi encarregado de levar adiante o processos adiante. Criticado, ele recuou e agora assegura que cabe aos Vedoins e a outro envolvido orientarem os trabalhos dos relatores. Eles lembrou que partiu dos empresários a "maior" parte das informações obtidas pela CPI dos Sanguessugas e no inquérito conduzido pela Polícia Federal. Também serão ouvidos pelo conselho, provavelmente na quarta-feira, o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e o deputado Lino Rossi (PP-MT). Biscaia vai falar sobre as acusações a Suassuna, inclusive a de que teria ouvido dele a informação de que "todo mundo tira uma beirada das emendas". Já Lino, será inquirido sobre o suposto empréstimo a Magno Malta de um carro pertencente a Planam, principal empresa do esquema.

Na próxima semana, serão interrogados o genro da senadora Serys, cuja conta teria sido utilizada para receber a propina pelas emendas da compra de ambulância, segundo Luiz Antonio Vedoin. E o ex-assessor de Suassuna, Marcelo Carvalho, que chegou a ser preso quando a quadrilha foi desbaratada. Todos eles serão convidados. Se recusarem, João Alberto lembrou que poderão ser "convocados" mediante a aprovação de um requerimento no plenário.

Os depoimentos praticamente derrubaram o calendário inicial que previa o encerramento dos trabalhos do conselho até o final de setembro. Para os relatores, qualquer previsão é temerária, já que a pressa poderia impedir a requisição de documentos essenciais à investigação.

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