Depois de um debate preliminar suscitado pela deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), o Conselho de Ética da Câmara começou, há pouco, a discutir o relatório do deputado Júlio Delgado que pede a cassação do deputado José Dirceu (PT-SP). Aliada de Dirceu, Guadagnin argumentou que a retirada dos quatro parágrafos do parecer do relator do processo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), significava um novo relatório e que, portanto, ela teria novamente o direito de pedir vista do processo pelo prazo de duas sessões.
Entretanto, a deputada ficou sozinha nessa posição. Os demais membros do Conselho argumentaram que nenhum novo trecho havia sido acrescentado ao parecer do relator que prejudicasse Dirceu. Ao contrário, sustentaram. Houve uma supressão, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Devemos assumir a responsabilidade de não deixarmos que aconteçam manobras protelatórias. O relatório é o mesmo", afirmou o deputado Edmar Moreira (PF-MG), defendendo a continuidade do processo. "Não houve agregação de fato novo, a não ser o cumprimento de uma decisão judicial de supressão", argumentou também o deputado Orlando Fantazzini (PSol-SP).
Depois de uma votação simbólica, o Conselho decidiu dar prosseguimento ao processo. Guadagnin está, neste momento, apresentando o seu voto para contestar o parecer de Delgado.