Começou há pouco a reunião do Conselho de Ética para votar o relatório do deputado Julio Delgado (PSB-MG) que pede a cassação do deputado José Dirceu (PT-SP) por quebra de decoro parlamentar.
A representação contra Dirceu foi aberta pelo PTB, que o acusou de articular o pagamento de parlamentares em troca de apoio ao governo quando exercia o cargo de ministro-chefe da Casa Civil.
No último dia 27, o Conselho aprovou o pedido de cassação de Dirceu por 13 votos a um , mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a votação e exigiu nova elaboração do relatório final, sem informações sigilosas obtidas com as comissões parlamentares de inquérito dos Correios e da Compra de Votos. O novo texto foi apresentado por Delgado na segunda-feira, reafirmando o pedido de cassação. A deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) pediu vistas do texto, adiando a votação por duas sessões da Câmara.
Na sessão de hoje, a deputada apresentou voto em separado pela improcedência da representação. Segundo ela, nenhum elemento de prova que configure ato incompatível com o decoro parlamentar foi apresentado. "Segundo a acusação, a responsabilidade dele (Dirceu) decorre de ter sido o ?todo poderoso? e não ter abortado prática que não restou comprovada. Mais que isso, a não-comprovação de tal prática foi a motivação da cassação do senhor Roberto Jefferson", disse.