O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), vai instaurar, hoje, processo para apurar se houve falta de decoro por parte do presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), que denunciou o pagamento de "mesada" a deputados do PP e do PL.
Se o processo for aberto, ele prosseguirá, mesmo que Jefferson decida renunciar. "Vou abrir os trabalhos em uma reunião simples com os deputados da comissão e indicar o relator do pedido de cassação", disse Izar, referindo-se ao pedido de cassação de Jefferson apresentado ontem pelo PL. Caso seja cassado, o presidente do PTB ficará inelegível até janeiro de 2015.
Izar marcou a reunião para as 15h30 e anunciou que, já amanhã, ela realizará sua primeira reunião de trabalho. O deputado disse que não existe um entendimento a respeito, mas que está evitando indicar um relator do processo que integre um dos partidos acusados por Jefferson, ou um deputado do Rio de Janeiro, Estado pelo qual Jefferson foi eleito.
Também hoje, a comissão de sindicância criada pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), para também investigar as denúncias de Jefferson, fará sua primeira reunião, às 15 horas. O corregedor da Câmara e coordenador da comissão de sindicância, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), pretende ouvir Jefferson o mais rapidamente possível.
Esta comissão não tem poder para convocar depoentes. Pode apenas convidar Jefferson a depor. "Ele é convidado, mas acho que virá porque ele tem interesse em vir", afirmou Nogueira. Integram também a comissão de sindicância os deputados Leo Alcântara (PS DB-CE), Robson Tuma (PFL-SP) , Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Odair Cunha (PT-MG).