Por 13 votos a 1, o Conselho de Ética da Câmara aprovou pela segunda vez, e com o mesmo placar, o relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) que pede a cassação do mandato do deputado José Dirceu (PT-SP). Assim como ocorreu no último dia 27, na votação anterior, Dirceu contou apenas com o voto a seu favor da deputada Angela Guadagnin (PT-SP). Os partidos da base votaram contra Dirceu. A sessão que aprovou o pedido de cassação de Dirceu, no último dia 27, foi anulada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau.
Desde o dia 18 de outubro, o processo de cassação de Dirceu estava pronto para ser votado pelo Conselho. Mas manobras regimentais e recursos judiciais adiaram a conclusão do relatório. Para perder o mandato, o pedido de cassação de Dirceu precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara, em votação secreta por 257 votos. Hoje, membros do Conselho de Ética insistiram na importância de o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, incluir o processo na pauta de votação da Câmara, na próxima quarta-feira (9). Rebelo já manifestou que a data provável de votação será dia 23 de novembro, com o objetivo de garantir a presença maciça de parlamentares no plenário.
O advogado de Dirceu, José Luiz Oliveira Lima já anunciou que na próxima semana entrará no Supremo Tribunal federal com um mandado de segurança para tentar anular a sessão de hoje do Conselho. Ele também vai recorrer da prorrogação do processo de cassação, por 45 dias, aprovado na semana passada e da decisão da Comissão de Constituição e Justiça de dar prosseguimento ao processo contra Dirceu, mesmo depois que o PTB autor do pedido de cassação retirou a representação.
