Por 10 votos a 3, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara aprovou hoje o relatório que recomenda a cassação do deputado Wanderval Santos (PL-SP), ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Santos anunciou que pedirá a anulação do processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e disse que, se preciso, irá ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O argumento dele é que o relator, Chico Alencar (Psol-RJ), condenou-o por fatos que não estão na denúncia ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A representação original pede a condenação de Santos porque um assessor dele sacou R$ 150 mil do caixa dois do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
"O conselho julgou fatos que não estão na representação", disse o advogado do deputado do PL de São Paulo, Marcelo Bessa. O processo irá segunda-feira (23) à Mesa Diretora que marcará a data para votação em plenário, mas terá de aguardar decisão da CCJ.
Santos disse que seguia ordens do ex-deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ) e que nem sabia do saque feito pelo funcionário. O argumento, no entanto, embasou o pedido de condenação. Para Chico Alencar, o deputado do PL tem responsabilidade porque submeteu o mandato a Rodrigues. Bessa reagiu: "Se o deputado terceirizou ou não o mandato, não é objeto da acusação.