Brasília – Cartazes com fotos atraentes de doces de todos os tipos, propaganda que incentiva o consumo de biscoitos ou refrigerantes ? esses e outros tipos de publicidade podem estar com os dias contados.

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O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) está elaborando um manifesto de apoio à regulamentação da propaganda de alimentos que possam oferecer algum risco à saúde. O manifesto ampara a proposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que até o dia 1º de abril realiza audiência pública para discutir sua Resolução nº 71.

O presidente do Consea, Chico Menezes, afirmou em entrevista à Agência Brasil que o excesso de propaganda faz com que o alimento se torne um atrativo. ?Algumas peças publicitárias trazem interpretações erradas, como a relação entre situações de prazer e de realização associadas diretamente a alimentos que não são recomendados. E os maiores prejudicados são crianças e adolescentes, que cada vez mais sofrem com doenças como a obesidade infantil?, acrescentou.

Para proteger esse público jovem, segundo Chico Menezes, a regulamentação deve estabelecer horários para exibição de propaganda em rádio e televisão. ?Ela estabelece algumas regras, como por exemplo, a de que a propaganda desses alimentos tem que se dar num determinado horário, por enquanto firmado entre 9 horas e 6 horas", informou.

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Ontem (23), a Anvisa divulgou estudo apontando que 64% das peças publicitárias de alimentos e produtos infantis contêm alguma irregularidade. De acordo com a assessoria de imprensa da Agência, a propaganda de alimentos derivados do leite de origem animal é a que mais apresentou irregularidades. Os produtos foram analisados por técnicos da Anvisa em parceria com 19 universidades e com as vigilâncias sanitárias estaduais.