O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara adiou para o dia 4 a votação do pedido de cassação do deputado Josias Gomes (PT-BA). A deputada Neyde Aparecida (PT-GO) pediu um prazo regimental de duas sessões para analisar o parecer do relator Mendes Thame (PSDB-SP).
Aparecida pediu vista do processo, na ausência da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), que deixou a reunião antes do fim da leitura do relatório. Thame argumentou, no documento, que Gomes feriu a Lei Eleitoral, ao usar recursos de caixa dois e obter vantagens indevidas.
"Houve benefícios políticos e financeiros indevidos para o representado, ou não estaria ele tão empenhado para a resolução das questões financeiras junto à Executiva Nacional do PT", alega. Ele disse ainda que, como a procedência dos recursos não foi contabilizada na Justiça Eleitoral, a operação não é legal. "A verdade incontestável é que ele (Gomes) admite, reconhece, confessa e está provado que recebeu recursos não-contabilizados, pessoalmente, da mão do sr. Delúbio Soares (ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT), uma vez, e outra vez, do ‘valerioduto’", afirma no relatório.
Na defesa, o deputado do PT da Bahia afirma ter pedido a Delúbio dinheiro para pagar gastos de campanha de deputados do Estado, que não foram eleitos. Gomes diz que R$ 50 mil foram entregues pelo ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT e outros R$ 50 mil foram sacados no Banco Rural, em Brasília. O deputado do PT disse que as verbas foram repassadas aos "companheiros que estavam em dificuldades" e que ele apenas fez a intermediação do dinheiro.