Criticado por sua composição ampla demais e suas discussões intermináveis, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) será remodelado para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2007, o Conselhão, como é conhecido, definiu como prioridades atuar em três agendas de peso: os gargalos da infra-estrutura, com vistas ao crescimento da economia, melhorar a qualidade da educação e viabilizar a reforma política.
Na última reunião com a equipe do primeiro mandato, em dezembro, Lula externou o desejo de um CDES mais vigoroso e ainda mais plural no futuro. Os mandatos da maioria dos conselheiros terminam no mês que vem. O ministro das Relações Institucionais e presidente do conselho, Tarso Genro, prevê mudanças na composição. ?Esperamos manter a pluralidade e o poder de mobilização dos conselheiros. Defendo que tenham mais tarefas, entre elas o acompanhamento das medidas para o crescimento?, afirma.
Lançado em 2003 como grande fórum de discussão e preparação de propostas de governo nas áreas econômica e social, o CDES foi perdendo força. O conselho tem mais de cem membros, entre titulares e suplentes, o que torna as discussões longas e inviabiliza o consenso.
Nos dois últimos anos, a sucessão de denúncias de corrupção envolvendo o governo e sua base tornou o órgão quase uma peça figurativa. Decepcionados, alguns membros se desligaram e o Conselhão acabou se transformando num palanque para grupos de pressão apresentarem reivindicações. ?Não passa de uma enganação para a elite tomar cafezinho e tirar foto com o presidente?, definiu o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que deixou o órgão por considerá-lo inútil.