O número de parlamentares empresários e ruralistas é maior no Congresso do que o total eleito para o mandato passado. Em contrapartida, o número de parlamentares sindicalistas e evangélicos diminuiu. Essa é uma das conclusões de estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e do site Congresso em Foco com os 618 parlamentares, deputados e senadores, entre titulares e suplentes, que exerceram mandato de fevereiro a abril de 2007. O trabalho foi publicado no livro O que esperar do novo Congresso – Perfil e agenda da legislatura 2007/2011.
O estudo mostra que depois do escândalo das sanguessugas a bancada evangélica, que teve muitos deputados acusados de envolvimento no esquema irregular de vendas de ambulâncias, minguou. Na Câmara, de 532 deputados que exerceram o mandato nos três primeiros meses da atual legislatura, 41 são evangélicos – em 2006 a bancada chegou a 60. No Senado, há dois parlamentares evangélicos.
Outra bancada que perdeu integrantes foi a sindicalista. Houve uma pequena perda de espaço, segundo o estudo. No mandato passado, havia 74 sindicalistas no Legislativo. No Congresso atual, há 63 sindicalistas dos 618 parlamentares pesquisados. São 57 na Câmara e 6 no Senado.
Constituída por empresários rurais, pecuaristas e agricultores e também por políticos que defendem as reivindicações desse setor, a bancada ruralista passou para 120 integrantes nesse mandato. São nove parlamentares a mais do que na legislatura anterior. Dos 618 parlamentares pesquisados, 20% dos deputados e 15% dos senadores integram a bancada ruralista. Essa bancada é uma das mais fortes por causa da grande capacidade de conseguir aprovar propostas de seu interesse, principalmente quando se trata de benefícios de financiamento público ou de renegociações de dívidas.