Congressistas da Frente Parlamentar dos Direitos da Criança e do Adolescente pediram hoje apoio ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para divulgar em todo o país uma campanha de luta contra a exploração sexual de meninos e meninas.

A presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, senadora Patrícia Saboya (PPS-CE), apresentou hoje os resultados das investigações dos parlamentares à diretora executiva do Unicef, Carol Bellamy, que prometeu analisar com atenção as possíveis ações de apoio ao combate à exploração sexual no país.

De acordo com a nova representante do Unicef no país, Marie-Pierre Poirier, a partir da identificação do problema é necessária uma mobilização cada vez maior, para a sociedade brasileira dizer que “não tolera mais esse problema”.

Em um ano de investigações, os parlamentares realizaram diligências em 22 estados, receberam 850 denúncias de abuso sexual e de redes de exploração sexual de crianças. Foram indiciadas no relatório final mais de 22 pessoas, entre políticos, empresários e atletas.

O documento foi encaminhado ao Ministério Público e foi designada uma comissão para acompanhar as recomendações do relatório, entre elas, penas mais duras para crimes de exploração sexual.

Segundo a senadora, o Unicef pode ajudar a divulgar o trabalho da comissão. “E fazer com que as pessoas, que muitas vezes não compreendem o que é a exploração sexual contra crianças e adolescentes, possam saber que essa realidade, muitas vezes, não está tão distante das nossas casas e dos nossos lares”, disse.

Para a relatora da comissão, deputada Maria do Rosário (PT-RS), o Unicef pode ajudar a consolidar as medidas propostas no relatório para que não caiam no esquecimento.

“Para enfrentarmos a impunidade com o fortalecimento da sociedade civil, porque entidades e organizações não-governamentais fortes pressionam os municípios, o Judiciário e os poderes da República de um modo geral, para que não deixem que as crianças permaneçam na situação de exploração que existe hoje”, destacou.
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