Congresso passa caso dos “sanguessugas” a procurador

O Congresso Nacional desistiu de investigar deputados e senadores envolvidos no esquema de fraude na licitação e compra superfaturada de ambulâncias para Prefeituras com recursos do Orçamento da União. Os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), lavaram as mãos e entregaram o caso ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Os dois estavam acompanhados dos corregedores da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), e do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP).

Eles alegaram que nenhuma das duas Casas do Congresso tem condições de investigar a participação dos parlamentares, já que a lista de suspeitos teria 283 congressistas. Destes, 16 já tinham começado a ser investigados pela Comissão de Sindicância da Câmara e outros 14 seriam incluídos na lista – todos flagrados em escutas telefônicas. "Não temos condição de quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico; a Procuradoria da República tem", disse o corregedor Ciro Nogueira. Aldo Rebelo disse que o Congresso está interessado na apuração acelerada das investigações para que haja punição exemplar dos que tiveram participação nas irregularidades. "Nem a Câmara nem o Senado têm os instrumentos para produzir provas que possam levar à punição" disse.

O procurador Antonio Fernando de Souza disse que provavelmente pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) que instaure um inquérito para apurar as suspeitas. "Recebi as informações recentemente, mas provavelmente pedirei a abertura de um inquérito no STF", disse. Ele também informou que o trabalho dos procuradores no Mato Grosso que investigam as irregularidades está avançado e que em breve deverão denunciar na Justiça os suspeitos que estão presos.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo