Congresso de Ginecologia debate atenção integral à saúde da mulher

Especialistas dos três Estados do Sul se reúnem em Curitiba desta quinta-feira até sábado, no 12º Congresso Sul-Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, que acontecerá no Estação Embratel Convention Center, com apoio da Secretaria Municipal da Saúde. O tema central será atenção integral à saúde da mulher, incluindo mortalidade materna, climatério, depressão, cirurgia plástica, infertilidade e parto humanizado, entre outros.

A Secretaria Municipal da Saúde vai apresentar no encontro os resultados dos programas Mulher de Verdade, de assistência às mulheres vítimas de violência, e de prevenção à transmissão vertical (da mãe para o bebê) do vírus da aids, desenvolvido pelo Mãe Curitibana. Será feita uma análise do diagnóstico, tratamento e resultados perinatais das gestantes HIV positivas em Curitiba entre 2001 e 2003.

O Mulher de Verdade, criado em 2002, atende a todo tipo de agressão contra mulheres. Em relação à violência sexual, foram atendidas até o primeiro semestre deste ano 1.205 mulheres. "Em relação a 2002, o número de notificações vem caindo, em função das intervenções do programa", informa o médico Edvin Javier Boza, coordenador do Programa Mãe Curitibana, que vai apresentar o Mulher de Verdade no congresso de ginecologia.

No ano passado, foram atendidas pelo Mulher de Verdade 625 mulheres vítimas de violência sexual – entre adultas e crianças – das quais 52% (319) procedentes de Curitiba e 47% (281) da Região Metropolitana, sobretudo dos municípios de Colombo e São José dos Pinhais. No primeiro semestre de 2004, foram 230 atendimentos no total. A procedência se igualou este ano: 49% da capital e 49% dos municípios vizinhos.

"O que chama a atenção é o número de vítimas na faixa até 19 anos", destaca o médico Edvin Javier. A faixa concentra 70% dos casos de violência sexual em 2003, dos quais 28% (173), de crianças menores de 9 anos. Nas vítimas com menos de 12 anos, incluindo meninos – pelos dados de 2003 -, em 88% dos casos (191) o agressor é conhecido. Nos maiores de 12 anos, o número de desconhecidos é maior – 64% (229 casos).

O Mulher de Verdade atua nas unidades de saúde e nos hospitais de referência – Hospital de Clínicas, Hospital Evangélico e Hospital Pequeno Príncipe. Nos hospitais e também nas unidades de saúde, a mulher realiza todos os exames necessários e já é medicada para evitar uma gravidez ou infecção pelo vírus da aids e outra doença transmitida sexualmente. As mulheres recebem também acompanhamento psicológico.

Em 2002, nove mulheres que sofreram estupro tiveram a gravidez interrompida. No ano seguinte, foram seis interrupções. Em 2004, nenhuma. "Isto é resultado dos serviços disponibilizados pelo programa Mulher de Verdade. As mulheres estão chegando mais cedo aos hospitais, antes de 72 horas após a agressão, para o atendimento de prevenção à gravidez, hepatite e doenças sexualmente transmissíveis", avalia Javier.

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