Congresso atual bateu recorde de investigados

A 52ª legislatura, que se encerra hoje, deixa como maior marca o número recorde de congressistas investigados por suspeitas de crime. O equivalente a um quinto do Congresso – pouco mais de uma centena de parlamentares – está sob investigação do Ministério Público Federal ou responde a processo criminal no Supremo Tribunal Federal (STF). Nas duas legislaturas anteriores o MP requereu inquéritos contra 32 e pediu processo judicial contra 10.

Somando apenas os escândalos dos sanguessugas e do mensalão, 91 deputados e senadores foram investigados. Mesmo com tantos casos apenas 4 dos parlamentares acabaram cassados e 6 renunciaram para escapar de possíveis punições.

Apesar da maior parte das investigações ter terminado em pizza, veio das urnas o castigo. Desde a eleição de 1994, que se seguiu após o escândalo dos anões do Orçamento, não se registrava um índice de renovação na Câmara tão alto.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), dos 513 deputados federais da legislatura que se encerra, 433 disputaram uma nova vaga. Foram reeleitos 269 (um índice de 52%).

Entraram para a Casa 244 novos deputados, índice de renovação de 47%. Só em 1994 esse índice foi maior: 54%. Em 2002, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pela primeira vez, o índice de renovação foi de 46%. Em 1998, na reeleição de Fernando Henrique Cardoso, foi de 43%.

A maior prova de que o eleitor deu cartão vermelho aos suspeitos de desvios é o resultado das candidaturas dos envolvidos nos escândalos políticos. Dos 92 deputados acusados de envolvimento com o mensalão e os sanguessugas, 63 concorreram à reeleição. Desse total, só 12 foram reconduzidos.

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