A promessa da presidente eleita do Chile, Michelle Bachelet, de realizar 36 mudanças importantes na área social em 100 dias não é vista como algo impossível pelos congressistas chilenos. No entanto, alguns deles temem que o prazo seja pequeno para elaborar projetos consistentes.

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"Acredito que pode ser arriscado cumprir tudo o que disse em 100 dias. Poderiam sair projetos de lei muito imaturos", avaliou o senador Rodolfo Stange, do partido de oposição Unión Democratica Independiente (UDI), em entrevista à Agência Brasil.

O líder do Partido Socialista no Senado, Jaime Naranjo, acredita que as mudanças são "perfeitamente passíveis de se cumprir no prazo de 100 dias", por se tratar de reformas "realistas". "São compromissos de caráter administrativo e, por isso, são decisões meramente políticas", afirmou Naranjo. Ele é do mesmo partido de Michelle Bachelet.

O Partido Socialista integra o Concertación, coalizão de centro-esquerda que governa o país desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet. Para Naranjo, Bachelet terá todas as condições de reduzir as desigualdades sociais no Chile. Ele disse que os outros três presidentes anteriores da Concertación não melhoraram a distribuição de renda porque estavam cumprindo outras etapas para consolidar a democracia no país.

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"O primeiro presidente teve que consolidar a democracia. O segundo precisou enraizar o sistema econômico que queríamos fazer. E também precisávamos de grandes transformações no aparelho institucional e no poder judiciário, o que foi feito pelo presidente Ricardo Lagos. São etapas que o Chile vem cumprindo", afirmou o líder do Partido Socialista no Senado.

Os antecessores de Michelle Bachelet foram Patrício Aylwin, Eduardo Freire e Ricardo Lagos. A posse de Bachelet ocorrerá amanhã (11) no Congresso chileno, que fica na cidade de Valparaíso.

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