Aviões fretados ou de pequeno porte, que representam em torno de 5% das 620 operações diárias do Aeroporto de Congonhas, terão o número de vôos limitado a partir de terça-feira (27). O início das obras de reforma da pista auxiliar está previsto para a segunda-feira (26).
De uma média de 170 operações por dia com essas aeronaves limitaremos a 101 os movimentos com coordenação do aeroporto, informou a diretora da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), Denise Abreu. Os vôos restantes, explicou, terão que embarcar ou desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
De acordo com o cronograma da Empresa Brasileira de Infra-Estrututura Aeroportuária (Infraero), a reforma deverá durar 120 dias, mas a pista auxiliar já poderá receber aviões em cerca de 75 dias,sempre que os procedimentos não puderem ocorrer na pista principal. Diariamente, a pista auxiliar é utilizada em até 12% dos vôos. Quando estiverem corrigidos os declives que hoje levam formação de poças de água em dias de chuva e obrigam ao fechamento do terminal, também deverá ser reformada a pista principal.
Segundo Denise Abreu, no dia 19 de março será realizada audiência pública para discutir essa segunda reforma, que deverá demorar cerca de dois meses. Ela garantiu que o plano estratégico não deverá prejudicar os usuários, porque as companhias da aviação comercial farão a redistribuição de horários e o terminal ficará aberto de 5h30 a 0h30.
Denise Abreu falou ao deixar a sede do Tribunal Regional Federal da 3a Região, onde fora consultar decisão da Justiça sobre a manutenção, em Congonhas, das operações dos modelos Fokker 100 e Boeings 737-700 e 737-800. Ela estava acompanhada de Josef Barat, também diretor da Anac, que disse ter sido "o planejamento estratégico adotado para o período da reforma o fator de convencimento dadesembargadora Cecília Marcondes, da 3ª Turma do Tribunal, a concordar com a manutenção desses aviões em operação.
A desembargadora havia determinado que caso a Anac não apresentasse laudos técnicos comprovando asegurança de operações para esses três modelos, eles não poderiam operar em Congonhas a partir de segunda-feira (26). Ela se manifestou depois de analisar o processo, recebido anteriormente pelo desembargador Antônio Cedenho, que havia concedido liminar favorável Anac e mantido a restrição para pousos e decolagens apenas em dias de chuva.
O recurso judicial foi parar nesse Tribunal devido decisão de proibir os pousos, tomada no dia 5 pelo juiz Ronald Carvalho Filho, da 22a Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo. Ele adotara a medida após receber pedido do Ministério Público Federal de interdição da pista.