Congelamento de preços na Argentina está ameaçado

?O congelamento de preços, tal como todo produto congelado, tem data de vencimento.? A piada circulou em Buenos Aires nas últimas semanas em alusão às rachaduras que o casco da política de congelamento de preços do governo do presidente Néstor Kirchner começa a mostrar. O congelamento – aplicado há um ano e meio para conter a escalada inflacionária – começa a ir a pique, enquanto o governo tenta dissimular a inflação de todas as formas. Em janeiro o governo anunciou que a inflação de 2006 havia sido de 9,8%. No entanto, diversos economistas indicam que a inflação real foi de pelo menos 15%.

No primeiro trimestre deste ano, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), sob intervenção governamental desde dezembro, a inflação acumulada foi de 2,2%. Na semana passada, a sempre sorridente ministra da Economia, Felisa Miceli afirmou que a inflação de 2007 será de apenas um dígito. ?As metas do orçamento nacional implicam uma inflação entre 7% e 11%?, disse Miceli.

Mas, segundo uma pesquisa realizada com presidentes de cem grandes empresas pela Sociedade de Estudos Trabalhistas, a expectativa de inflação deste ano é de 13,6%. Economistas afirmam que a inflação chegará a 20%. Os sindicatos, no mês passado, pressionaram governo e empresários para conseguir aumentos salariais em média de 16% para este ano. Essa é uma proporção superior à meta de inflação para o período, que seria de pouco mais de 9%. Mas, o próprio Kirchner, após aceitar os aumentos salariais, explicou essas contradições como ?tensões do crescimento?.

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